O Estado de S. Paulo

Mercado prevê IPCA acima da meta em 2016

- Célia Froufe

A inflação vai estourar o teto da meta também em 2016, segundo prognóstic­o feito ontem pela primeira vez pela elite dos analistas do setor privado. O Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, revelou que as instituiçõ­es Top 5, as que conseguem antecipar com mais precisão o comportame­nto do IPCA, preveem uma taxa de 6,72% para o ano que vem. Na pesquisa geral, a expectativ­a também subiu e agora está em 6,05%.

A meta estipulada pelo Consel h o Monet á r i o Nac i o n a l (CMN) para o próximo ano é de 4,50% com 2 pontos porcentuai­s de tolerância para baixo ou para cima, o que, no limite, abrigaria uma variação de até 6,50%. Na semana passada, em evento em Lima (Peru), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou o compromiss­o da autoridade monetária em fazer a inflação convergir para o centro da meta ao fim do ano que vem.

“Estamos a 15 meses do fim de 2016 e estamos comprometi­dos com nossa meta”, disse. O problema do BC, no entanto, não é só 2016. Para onde se olhe no relatório Focus, se vê uma alta das previsões para a inflação, independen­temente do indicador ou do período. Para o curto prazo, por exemplo, se espera agora que o IPCA avance 0,65% em outubro e 0,57% em novembro.

Essas correções ajudaram a aumentar a estimativa para a inflação de 2015, que deve ser de 9,70%, segundo o documento.

A deterioraç­ão das previsões para os preços não se limita ao ano que vem. Para 2017 e 2018, os economista­s aumentaram suas expectativ­as. Por isso, o mercado ficou mais cauteloso com as previsões para o corte da taxa básica de juros (Selic) no ano que vem – atualmente está em 14,25% ao ano. Há agora uma divisão entre os participan­tes da Focus sobre se a taxa encerrará em 12,50%, aposta da semana passada, ou 12,75% ao ano.

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