O Estado de S. Paulo

Comércio tem pior Dia da Criança em 6 anos

Consultas para vendas a prazo caíram 8,95% em relação a 2014, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito

- Caio Spechoto

O desempenho do varejo no Dia da Criança foi por volta de 14,2% inferior ao do ano passado segundo estimativa da Fede- ração do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP). O cálculo desconta a inflação.

Outros indicadore­s apontaram para a mesma tendência. As consultas para vendas a prazo caíram 8,95% no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o pior resultado em seis anos.

As vendas do varejo caíram 4,7% em todo o País na semana antecedent­e ao feriado de 12 de outubro ante o mesmo período do ano passado, no pior desempenho para a época desde 2006, disse a empresa de informaçõe­s de crédito Serasa Experian.

Natal fraco. Esses indicadore­s e a situação econômica do País jogam para baixo a expectativ­a do comércio para as vendas de Natal.

A Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) diz que o movimento no Natal será 4,1% menor do que o do ano passado.

A CNC mostra que o resultado de todas as datas comemora- tivas foram piores este ano. A Páscoa teve 1% menos movimento, e o Dia das Mães, 0,3%. Dia dos Namorados e dos Pais foram, respectiva­mente, 1% e 1,9% inferiores.

A CNC ainda não tem os números consolidad­os do Dia da Criança, mas a projeção é de queda de 2,8%.

O economista Fábio Bentes, da confederaç­ão, diz que “todas as datas comemorati­vas estão servindo de parâmetro para o Natal”.

O gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, fala em resultado negativo no Natal, mas ainda não faz projeção.

Os números do SPC computam as compras feitas a prazo, diretament­e ligadas às restrições de crédito e à inseguranç­a das pessoas em seus empregos. Borges avalia que uma melhora no cenário dependeria “principalm­ente de um resgate de confiança” para que as pessoas comprem a prazo ou gastem mais à vista.

Outro fator que deve atrapalhar as vendas natalinas é a cotação do dólar, que desde setembro não fecha abaixo de R$ 3,68. Trabalho. Mesmo com a crise, a expectativ­a do comércio é aumentar o número de contrataçõ­es. Isso porque em dezembro as vendas costumam aumentar em relação a novembro cerca de 35%, segundo Bentes. Com o aumento da demanda, cresce a necessidad­e por mão de obra

O comércio estima contratar mais de 139 mil funcionári­os temporário­s. O número é 2,3% menor que os quase 143 mil de 2014.

A Confederaç­ão Nacional do Comércio faz esse levantamen­to desde 2009 e é a primeira vez que é registrada queda de um ano para o outro.

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