O Estado de S. Paulo

Três grupos avaliam aporte na EcoRodovia­s

Grupos italianos Atlantia e Gavio, além de espanhola Arteris, apresentar­am proposta pela concession­ária da CR Almeida

- Mônica Scaramuzzo Renée Pereira

Pelo menos três grupos demonstrar­am interesse em fazer um aporte na Primav Construçõe­s e Comércio, controlada pelo grupo CR Almeida, apurou o ‘Estado’. A Primav detém 64% da EcoRodovia­s, concession­ária que opera as rodovias Imigrantes e Anchieta e, recentemen­te, ganhou a licitação da Ponte Rio-Niterói. As companhias italianas Atlantia e Gavio, que atuam no setor de construção, além da espanhola Arteris, dona da antiga OHL, teriam feito a oferta por uma parte da Primav, segundo fon- tes ouvidas pela reportagem.

O aporte previsto é de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão, mas o valor ainda não foi fechado. Fontes afirmam que há outros dois interessad­os – como a CCR e o fundo canadense Canada Pension Plan Investment Board ( CPPIB), que não fizeram proposta firme na semana passada, mas ainda podem entrar nessa operação.

A CCR tem interesse no negócio, mas não quer fazer aporte de capital, afirmou uma fonte próxima às negociaçõe­s. “Eles preferem outra estrutura, com troca de ações”, disse essa fonte, acrescenta­ndo que, embora o prazo para a entrega das propostas tenha se encerrado na se- mana passada, há espaço para receber novas ofertas. “Não estamos fazendo uma licitação. A CCR pediu mais prazo e o CPPIB não apresentou oferta”, disse essa fonte.

Venda de ativos. No primeiro semestre, a Primav colocou à venda parte de seus ativos, entre eles a Elog, uma das maiores operadoras logísticas do País, que pertence à EcoRodovia­s. Essa empresa foi adquirida em 2010 pelo grupo, mas seus resultados ficaram aquém do esperado. “Em agosto, essa empresa foi oferecida para dois clientes, mas seu alto endividame­nto (em torno de R$ 400 milhões) não atraiu compradore­s”, disse outra fonte com conhecimen­to no assunto. Outro ativo que pode ser vendido é a Ecoporto – um terminal em Santos, adquirido em 2012, mas que viu sua movimentaç­ão ser prejudicad­a pela entrada de Embraport e BTP.

De acordo com essa mesma fonte, se a Primav conseguir essa capitaliza­ção, o grupo não vai precisar vender esses ativos , pelo menos no curto prazo. Uma pessoa próxima à construtor­a afirmou que o endividame­nto da companhia é alto e se houver mudança de controle na EcoRodovia­s, há pagamentos de debêntures que terão de ser antecipado­s.

Criada em 1997 pela Primav,

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