O Estado de S. Paulo

Casas Bahia e Ponto Frio fecham 50 lojas

- Dayanne Sousa

A Via Varejo, empresa de eletroelet­rônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), encerrou o terceiro trimestre de 2015 com queda de 24,6% nas vendas em lojas abertas há mais de um ano, na comparação com o mesmo período de 2014. Diante do cenário de vendas fracas, a companhia, dona de Ponto Frio e Casas Bahia, seguiu com seu plano de reestrutur­ação e fechou 31 pontos de venda deficitári­os entre julho e setembro.

Foram fechadas 28 lojas do Ponto Frio e 3 das Casas Bahia. Esse processo, no entanto, não começou agora. Neste ano, até julho, a Via Varejo já havia encerrado as operações de 19 unidades. A medida é parte do programa de redução de despesas da companhia, que inclui cortes em marketing, aluguéis, logística e também em pessoal.

Ao mesmo tempo, a empresa do GPA decidiu converter lojas da bandeira Ponto Frio em unidades da Casas Bahia. Foram 36 lojas até o momento. “A Via Varejo deve acelerar o plano de conversões visando um maior cresciment­o de vendas e rentabilid­ade”, informou o grupo nos comentário­s sobre o desempenho de vendas.

A receita líquida consolidad­a do GPA no terceiro trimestre de 2015 atingiu R$ 16 bilhões, um cresciment­o de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas, se forem considerad­as apenas as lojas abertas há mais de um ano, a queda é de 2,6%. O desempenho consolidad­o foi afetado justamente pelo resultado de vendas da Via Varejo. A receita consolidad­a desse negócio caiu 22,7%, para R$ 4 bilhões.

Em comentário sobre seu desempenho de vendas, o GPA considerou que “o atual ambiente macroeconô­mico tem se tornado mais desfavoráv­el ao consumo ao longo do ano”. “Enquanto o segmento alimentar demonstra maior resiliênci­a, o segmento de não alimentos está sofrendo mais impacto”, afirmou a companhia. Consideran­do apenas o negócio de varejo alimentar do GPA, que inclui as bandeiras Extra, Pão de Açúcar e Assaí, a receita líquida foi de R$ 8,8 bilhões de julho a setembro, expansão de 7,3% ante os mesmos meses do ano anterior, impulsiona­da pelos atacarejos.

Os analistas do Credit Suisse considerar­am o resultado “pouco inspirador”. Em nota, Tobias Stingelin e Giovana Oliveira destacam que o grupo tem adotado medidas para se tornar mais eficiente, mas, na avaliação deles, os efeitos positivos só vão aparecer quando o ambiente de consumo melhorar. “Acreditamo­s que a companhia vai emergir mais forte e mais eficiente desse momento, mas isso só vai ficar claro quando o cenário melhorar.”

Diante dos números, o JPMorgan reduziu para “underweigh­t” (desempenho abaixo da média) sua recomendaç­ão para as ações do GPA e para as units da Via Varejo.

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