Uma imersão no universo de Chanel
Mostra ‘Mademoiselle Privé’, em Londres, traz joias históricas, instalações, fotos e até um curta da estilista francesa
O verdadeiro luxo é feito para seduzir os cinco sentidos, oferecer uma experiência completa, na qual cada detalhe conta muito. Dessa forma, não é de se estranhar que a mostra Mademoiselle Privé, que propõe uma imersão no universo artístico de Coco Chanel e de Karl Lagerfeld, seja extremamente sensorial. Inaugurada ontem em Londres, a exposição ocupa os três andares da Saatchi Gallery, situada em um dos bairros mais sofisticados do Inglaterra. Em exibição, estão vestidos da alta costura, joias históricas, instalações contemporâneas, fotografias de moda e um curta-metragem, dirigido pelo próprio Karl – que funciona como uma espécie de catarse bem-humorada e é o ponto alto da mostra. Boa parte do que se vê ali é digital e interativo. O visitante é convidado a baixar um aplicativo e, através do celular, tem acesso a imagens como a reconstituição do apartamento da estilista francesa, na Rue Cambon, em Paris, tal qual era antes de ela morrer.
“Nossa intenção não foi fazer um programa tecnológico, mas sim usar todas as ferramentas disponíveis para contar a história da melhor forma possível”, diz Bruno Pavlovsky, CEO da grife. “Se nós queremos falar com a nova geração de consumidores e de fãs, usar tecnologia e meios digitais precisa ser algo normal.” A realidade virtual, usada agora como se fosse um game da Chanel, recria ambientes emblemáticos e explica momentoschave da história da estilista, que cresceu em um orfanato, colecionou amantes ricos, fez fama com seu estilo totalmente avant-garde e livrou a mulher do início do século passado dos es- partilhos, transformando o guarda-roupa feminino para sempre.
Na mostra, a história toda começa antes mesmo da entrada, com um jardim selvagem inglês, criado pelos paisagistas britânicos Harry e David Rich – inspirado em um de seus namorados mais famosos, o milionário Arthur “Boy” Capel. Lá dentro, a primeira sala traz a famosa escadaria cercada por espelhos no piso térreo, que abrigava o ateliê da estilista na década de 30 e serviu de cenário para inúmeros desfiles. Já o segundo andar, no qual ficava o apartamento que Chanel viveu e decorou com refinamento, pode ser “visitado” através de imagens em 3D, disponíveis no aplicativo. A brincadeira faz com que o visitante se sinta recebido na sala de estar.
No espaço seguinte, uma instalação com uma gaiola gigante exibe a versão ampliada de um colar em formato de estrela. A peça faz parte da coleção de Alta turas e no acabamento). Nesta Joalheria Bijoux de Diamants, parte da mostra, também são criada por Coco em 1932 e relanapresentadas fotos feitas pelo çada recentemente no desfile de próprio Karl Lagerfeld, que revealta costura da marca. Ícones colam celebridades como Julianne mo o vestido preto e branco, a Moore, Kristen Stewart, Lily-Rocamélia e o leão são explorados se Depp e Vanessa Paradis nos em uma sala com totens, enbastidores. Multimídia total, o quanto explicações virtuais apaestilista ainda dirige e atua em recem disponíveis no aplicativo, um curta-metragem, no qual resassim como frases e profecias de suscita Coco Chanel (morta em Chanel. “Moda não é moda se 1971) para discutir a relação e o não atinge as ruas. A moda que legado de cada um para marca. A permanece no salão não tem atriz Geraldine Chaplin faz o pamais relevância do que uma fanpel de Chanel. “Não podemos estasia”, lê-se em uma dessas. quecer que tudo o que mademoi
Alguns vestidos lindos de fesselle construiu foi na alta-costuta, com rendas e transparências, ra. Mr. Lagerfeld criou o nosso assinados por Karl, são expostos poderoso prêt-à-porter. A Chapor hastes de luz de led, que ilunel que conhecemos hoje é uma minam todo o interior das peças espécie de fusão entre os dois (afinal, o luxo se percebe nas cos- criadores.”