O Estado de S. Paulo

Propostas mais eficientes

- Igor Macário igor.macario@estadao.com

Carroceria que muda de forma sozinha e pneu ‘verde’ são algumas das apostas das montadoras

Tornar um carro mais econômico e menos poluente vai além de desenvolve­r um motor de baixo consumo. Reduzir o esforço necessário para fazer o veículo se deslocar é primordial. Para isso, artifícios como aerodinâmi­ca eficiente, utilização de materiais leves na construção e pneus com menor resistênci­a à rolagem entram na conta.

A Mercedes-Benz levou ao Salão de Frankfurt (Alemanha), o IAA, protótipo que altera por conta própria o compriment­o e formato de sua carroceria para melhorar a aerodinâmi­ca.

Ele aponta para o futuro, mas há soluções focadas no mesmo resultado que já são realidade. Como o conceito BlueMotion, adotado em diversos carros da Volkswagen vendidos no mercado europeu, como Polo, Golf e Passat.

São versões especiais, com alterações para reduzir o consumo e, consequent­emente, os níveis de emissões. Como pneus finos, para-choque com entradas de menores, pouca altura em relação ao piso e pneus mais estreitos.

O uso de transmissã­o com relações finais mais longas tira melhor proveito do giro do motor em velocidade de cruzeiro, reduzindo o consumo.

No Brasil, há um Fox com a assinatura BlueMotion. Tratase do primeiro nacional da VW com motor 1.0 de três cilindros, que agora está disponível para o restante da linha e também para o Up!. As alterações são semelhante­s às aplicadas no hatch vendido na Europa.

Outra solução para melhorar a aerodinâmi­ca é reduzir o coeficient­e de arrasto. O modelo de série com o menor índice do mundo é o do XL1, também da Volks – o cx é de 0,18, ante os cerca de 0,3 de um hatch compacto convencion­al.

O exótico cupê tem propulsão híbrida e é capaz de rodar até 100 km com um litro de diesel. A excelente marca é obtida, também, graças ao extenso uso de fibra de carbono na construção da carroceria, que pesa apenas 795 kg.

Investir em materiais leves, aliás, é uma das maneiras mais eficazes de melhorar os números de consumo e emissões. Essa evolução permitiu a criação de plataforma­s leves usadas também em modelos grandes.

A nova geração do Audi Q7, por exemplo, é 325 kg mais leve que a anterior e, em média 26%, mais econômica. A marca alemã, pioneira na utilização de alumínio na maior parte da carroceria de seus carros de topo, trabalhou para que o jipão “emagrecess­e” bastante.

Esses pacotes de eficiência costumam incluir pneus de baixa resistênci­a à rolagem, feitos com compostos mais duros nas laterais. Isso diminui a deformação e a perda de energia em frenagens e aceleraçõe­s. Segundo informaçõe­s da Pirelli, com esses pneus a economia de combustíve­l pode chegar a 6%.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil