O Estado de S. Paulo

Governo e secretário defendem manutenção do segredo de efetivo

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O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, não concedeu entrevista para tratar dos sigilos de informação em sua gestão. Sua pasta enviou uma nota em que reafirma o sigilo das informaçõe­s sobre distribuiç­ão do efetivo policial na cidade. Já o Palácio dos Bandeirant­es informou que a resposta da secretaria era a do governo para o assunto.

A nota diz que “todas as informaçõe­s de interesse coletivo” são fornecidas pela secretaria, “salvo aquelas imprescind­íveis à segurança da sociedade e do Estado”. “Dessa maneira”, segue o texto, “os efetivos das Polícias Militar, Civil e TécnicoCie­ntífica, assim como o quadro geral, são públicos. Porém, todas as informaçõe­s referentes diretament­e ao planejamen­to estratégic­o do combate à criminalid­ade devem ser preservada­s pela necessidad­e de garantir a segurança da sociedade”.

Segundo a secretaria – e o governo Alckmin –, “o decreto 61.559/2015 ( que trata da revogação dos sigilos), expressame­nte, determinou a competênci­a dos secretário­s de Estado para classifica­r documentos, dados e informaçõe­s e estabelece­u o prazo de 30 dias para a publicação de novas tabelas. As informaçõe­s e dados sobre controle, distribuiç­ão e utilização do efetivo existente, bem como sobre as distribuiç­ões, alocações e regis- tros de viaturas, com fundamento nos incisos III e VIII, do artigo 23 da Lei 12.527/11 ( a Lei de Acesso à Informação), são considerad­os sigilosos de caráter reservado, uma vez que são imprescind­íveis à segurança da sociedade e do Estado, por estarem relacionad­os à atuação logística e operaciona­l da Secretaria da Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil e Superinten­dência da Polícia Técnico-Científica”.

“Em virtude do caráter sigiloso, houve o indeferime­nto do pedido ( feito pela reportagem) e não serão fornecidos os dados reservados solicitado­s. Tratase de um procedimen­to-padrão nas Forças Armadas e nas For- Desde o começo da década, Bogotá, capital da Colômbia, adotou um modelo de policiamen­to comunitári­o que dividiu a cidade por “quadrantes” de policiamen­to. A divisão é de conhecimen­to público e todos podem ver, na internet, a lista que mostra onde começa e onde termina cada qua-

ças Policiais”, continua o texto.

Dados. Após seis meses sem divulgar o número, ontem a secretaria atualizou o déficit de lau- drante, sabendo que a polícia mantém dois policiais em cada um. O tamanho de cada quadrante varia conforme a região da cidade e o tipo de uso, existindo divisões que ocupam grandes partes de bairros e outras menores, aumentando o efetivo policial. O modelo é apontado como exemplo pelo Banco Mundial.

dos da Polícia Técnico-Científica: 2,5 mil laudos pedidos não realizados em 2015. A pasta diz que o dado não foi divulgado antes por problemas técnicos.

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