O Estado de S. Paulo

Piazon é acusado de abuso

Polícia do Canadá pede a prisão do ex-jogador do São Paulo e do goleiro Andrey, do Botafogo-SP; caso teria ocorrido no Pan

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O meia Lucas Piazon, ex-jogador do São Paulo, e o goleiro Andrey, do Botafogo de Ribeirão Preto, estão sendo acusados de abuso sexual pela polícia de Toronto, no Canadá. Eles teriam molestado uma mulher em julho, quando estavam na cidade defendendo a seleção brasileira no torneio masculino de futebol do Pan-Americano. Tiveram a prisão pedida e estão sendo “procurados’’.

Piazon não se pronunciou, por orientação de seus advogados. Antes disso, por meio de sua assessoria, negou “veementeme­nte’’ a acusação. Andrey também fez silêncio, por orientação do Botafogo.

De acordo com a acusação o abuso ocorreu em 25 de julho, dia em que o Brasil venceu o Panamá por 3 a 1 (Andrey foi o goleiro e Piazon fez um dos gols) e conquistou o bronze – os jogadores foram liberados depois da partida.

O comunicado da polícia, que distribuiu a foto de ambos os jogadores com a palavra “procurados’’, em inglês, em destaque, diz que “no sábado, dia 25 de julho de 2015, uma mulher de 21 anos e uma amiga conheceram dois homens em uma casa noturna na cidade de Toronto. Os dois acompanhar­am as mulheres até a casa de uma delas. Uma vez dentro da casa, os dois homens abusaram sexualment­e de uma delas’’.

A polícia afirma que os dois homens foram identifica­dos como sendo Lucas e Andrey, que teriam deixado a casa antes que as mulheres acordassem. “Ambos estão sendo procurados e acusados de abuso sexual.’’

Os mandatos de prisão, porém, são diferentes. O do goleiro vale para todo o território canadense; o do meia está restrito à província de Ontário, onde fica Toronto.

Será pedida a extradição de Andrey, o que não deverá ocorrer, pois o Brasil não extradita seus cidadãos. Piazon, que pertence ao Chelsea e está emprestado ao Reading, também não poderia ser extraditad­o pela Inglaterra, uma vez que o mandato de prisão só poderá ser cumprido se ele entrar na província de Ontário.

Ontem à noite, o jogador reuniu-se com seus pais e advogados na Inglaterra, para avaliar o que fazer. Segundo sua assessoria, os advogados “estão em contato com as autoridade­s canadenses para tomarem pé do que está acontecend­o, até porque a própria polícia não deu detalhes do caso e não procuraram o atleta formalment­e, preferindo o espetáculo midiático’’.

Existe uma estranheza pelo fato de o ataque ter sido tornado público mais de três meses depois da suposta ocorrência.

A legislação canadense considera abuso sexual qualquer ato não consentido, como um beijo forçado.

Outro caso. A acusação contra Lucas Piazon e Andrey é a terceira de abuso sexual envolvendo atleta brasileiro que foi ao Pan. Thyê Mattos, goleiro reserva da seleção de polo aquático, sofreu a mesma acusação, feita por uma mulher de 22 anos. A violência teria sido cometida na casa dela.

Ele já havia saído do Canadá quando o caso se tornou público - estava em Kazan, na Rússia, para o Mundial de Esportes Aquáticos. Em seguida voltou ao Brasil.

A defesa de Thyê não dá detalhes sobre o processo. Por ser cidadão brasileiro o goleiro, que está no País, não será extraditad­o.

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MARCIO FERNANDES/ESTADAO Atenção. Tite de olho em Jadson e Bruno Henrique

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