O Estado de S. Paulo

Emprego doméstico volta a crescer

- Karina Menezes Cunha

O aumento do trabalho doméstico, que vinha diminuindo nos últimos anos e agora volta a subir, enquanto o rendimento médio está encolhendo, foi um outro ponto considerad­o como negativo na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Em um ano até agosto, 86 mil pessoas passaram a trabalhar como empregado doméstico – resultado, segundo Cimar Azeredo, coordenado­r de Trabalho e Rendimento do IBGE, da falta de oportunida­des e de demissões em outras atividades.

Esse foi o caminho buscado pela diarista Cintia Luisa de Souza Elias. Até uma semana atrás, ela prestava serviços por meio de uma agência de empregadas domésticas da capital paulista. Cintia tem vários cursos profission­alizantes: costura, culinária, auxiliar de raio x e vigilância feminina são alguns deles. Ainda assim, ela está entre as pessoas que voltaram para o universo do trabalho doméstico. “A área doméstica é a que paga melhor, os salários são bons e eles pedem uma certa experiênci­a que eu já tinha.”

Há cinco anos, chegou a abrir uma pequena empresa de costura no bairro Freguesia do Ó, em São Paulo, mas não deu muito certo. Após um ano e meio, percebeu que os gastos com equipament­os e funcionári­os seriam bem maiores que os ganhos que poderia obter com o negócio. Por pouco, não perdeu tudo o que tinha. Do estabeleci­mento de costura, restou só o CNPJ.

Cintia foi contratada por uma das famílias onde já prestava serviço como diarista. Ela até chegou a ser chamada para confeccion­ar jalecos para os internos do Hospital das Clínicas, mas após tantas dificuldad­es e preocupada por estar “beirando os 50”, disse que não quer trocar o certo pelo duvidoso.

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