Após resultados, ações de bancos despencam
Balanços tiveram impacto nos papéis do Banco do Brasil e do Itaú Unibanco, que ainda não divulgaram resultados
Os resultados de Bradesco e Santander Brasil no terceiro trimestre confirmaram a tônica esperada para os grandes bancos de capital aberto: crédito crescendo em ritmo ainda mais tími- do, com exceção do impulso cambial, e preocupação com maiores calotes no cenário econômico atual.
Com lucros ainda crescentes, impulsionados por efeitos extraordinários, maiores receitas e controle de custos, o período serviu para a adoção de um perfil mais conservador e reforço nas provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, o que pode sinalizar um futuro ainda mais desafiador.
Os resultados derrubaram as ações das instituições no pregão de ontem. No caso do Bradesco, chamou a atenção o patamar das despesas com provisões para devedores duvidosos (PDDs), que atingiu R$ 3,852 bilhões. Em relatório, os analistas Samuel Torres e Marcio Maeda, da Fator Corretora, comentaram que a qualidade da carteira do Bradesco deve se deteriorar mais à frente, na esteira da recessão do País. Por isso, mantiveram recomendação “em linha com o mercado” para as ações do banco.
No caso do Santander, as avaliações do mercado foram mistas, com parte dos analistas clas- sificando os resultados como positivos, por conta de questões como elevação da margem, melhor eficiência e crescimento de lucro, e outros profissionais alertando para o risco relacionado à inadimplência.
Ambos os balanços reforçaram a preocupação do mercado com os efeitos da inadimplência sobre os ganhos das instituições financeiras, penalizando as ações também do Banco do Brasil e do Itaú Unibanco, que ainda divulgarão seus resultados.
Ao fim do pregão, Bradesco. Banco do Brasil e Itaú Unibanco encerraram nas mínimas, com quedas de 4,49%, 4,79% e 2,73%, nesta ordem. Santander, por sua vez, recuou 3,05%. crédito do Bradesco. Ainda as
O principal índice da bolsa sim, os empréstimos subiram brasileira caiu mais de 2% onabaixo da projeção para o ano, tem pressionado pelo recuo das com alta de 2,4% ante junho e instituições financeiras. 6,8% no ano. /
Câmbio. A carteira de crédito do Santander cresceu 13,4% de julho a setembro na relação anual e 3,3% na trimestral, totalizando R$ 332,340 bilhões. Sem a variação cambial, os resultados foram bem mais tímidos, com os empréstimos crescendo 6,7% em 12 meses e encolhendo 0,1% no trimestre.
Do mesmo jeito que favoreceu o Santander, a valorização do dólar frente ao real também foi propícia para a carteira de