Acionistas da Oi aprovam aporte de fundo russo
Com a aprovação, BTG deverá oficializar nas próximas semanas proposta de associação entre TIM e Oi
Os acionistas da Oi aprovaram ontem fechar um acordo de exclusividade com o fundo LetterOne, do bilionário russo Mikhail Fridman, que se dispôs a fazer um aporte de até US$ 4 bilhões na operadora. Mas essa proposta está condicionada à entrada da TIM, controlada pela Telecom Itália, no negócio.
A aprovação do aporte da LetterOne (L1) pela Oi é o primeiro passo para que a operadora brasileira possa dar prosseguimento ao movimento de consolidação. O fundo tem um acordo de exclusividade com a Oi de sete meses.
O BTG, que é assessor financeiro e um dos acionistas da Oi, deve preparar uma proposta oficial, que deverá ser encaminhada para os conselheiros da Telecom Itália. A expectativa é de que a oferta seja enviada nas próximas semanas, apurou o Estado. O prazo oficial é de até 60 dias.
Pelo acordo de acionistas da Oi, que desde setembro é uma empresa de capital pulverizado (sem a figura de um controlador), os atuais acionistas da companhia poderão acompanhar a LetterOne no aporte de capital. “Se os acionistas decidirem também fazer o aporte, a LetterOne poderá colocar menos do que US$ 4 bilhões. Mas esse cheque já está garantido”, disse uma fonte ao Estado.
Com uma dívida bruta de R$ 51,28 bilhões, a Oi poderá reduzir sua atual alavancagem com o aporte de capital do fundo russo. No mercado, as sinergias obtidas com a fusão poderão ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
Nesta semana, o presidente da TIM, Marco Patuano, que participou do evento de telecomunicações Futurecom, afirmou que ainda não foi sondado pela Oi e condicionou a associação entre as duas operadoras à revisão do marco regulatório do setor.
Se as negociações entre as duas operadoras vingarem, o mercado brasileiro de telecomunicações vai ficar apenas com três operadoras grandes: Telefônica/Vivo, Claro, da mexicana América Móvil, e a ‘nova Oi’. “É melhor um mercado competitivo com três grandes operadoras do que com empresas menos saudáveis”, afirmou uma fonte.