O Estado de S. Paulo

Novos truques

- ANÁLISE:

artistas que trabalham nas festas infantis. Além disso, está na mira de Gerardi (Gregório Duvivier), um ilusionist­a esquisitão e decadente, seu maior rival.

Entre as confusões está um affair com Rebeca (Clarice Falcão), madrasta ninfomanía­ca do aniversari­ante, com quem Gonzalez se envolve. “Ela transou com ele durante a festa e ele filmou”, adianta a atriz, que faz os trejeitos da personagem ao descrever o vício dela. “Eu pego todos (os homens da série)”, diverte-se.

A cada episódio, a dupla de policiais vivida por Antonio Tabet e João Vicente de Castro investiga os suspeitos e faz graça com séries do gênero. “Tem a delegacia, os depoimento­s. É uma produção que tem muita coisa engraçada, mas não é só piada. Tem a brincadeir­a do mistério”, analisa SBF. O título da atração é uma homenagem ao pai de Tereza Gonzalez, produtora executiva da série, filha de um imigrante espanhol que foi assistente de mágico no Brasil.

O diretor diz que a equipe do Porta dos Fundos, acostumada aos esquetes e às séries curtas para a internet, sentiu diferença ao rodar uma trama mais extensa. “Às vezes, sinto que isso é complicado para a gente. Uma cena não é tão engraçada, mas faz sentido no programa de meia hora. Se faço um vídeo de dois minutos, sei na hora que deu certo. Aqui, só vou saber meses depois. Quando a gente faz uma cena que não tem sentido, os atores do Porta sentem que não valeu”, aponta. “Eu não. Mas eu entendo”, interrompe Lobianco: “A gente sempre quer plateia. Se a equipe ri, você fica seguro. Uma cena que não tem piada, pode ser a melhor do mundo, mas você fica inseguro.”

Diferentem­ente do restante do conteúdo do Porta dos Fundos, que pode ser acessado via internet a qualquer momento, Grande Gonzalez é a primeira produção do grupo que estreia com hora marcada na TV. “Vai passar no YouTube depois. As pessoas

Oacham que a gente é contra a TV. Muito pelo contrário. A gente não é contra o formato de televisão. A gente já quis fazer um programa na FOX e não rolou”, revela SBF.

Segundo ele, o fato de as produções também serem exibidas na TV não diminuiu o número de acessos na rede. “A popularida­de cresceu entre pessoas que não consomem tanto a internet. Mas acho que o futuro é outro, um formato comoNetfli­x”, avalia ele, sócio-fundador do Porta, que não vê o site norte-americano como concorrent­e. “Somos um canal, mas nos consideram­os produtores de conteúdo. Preferimos exibir as nossas coisas, às vezes. Porém, a gente faz as duas coisas.”

Pouco depois da estreia da série na FOX, nesta segunda, o 2º episódio já estará disponível na FOX Play, plataforma de vídeo sob demanda da programado­ra. Segundo Zico Góes, diretor responsáve­l pelas produções nacionais da FOX, a antecipaçã­o de cada capítulo pela web só não valerá para o episódio de estreia, exibido antes pela própria TV.

Hoje, além dos vídeos de humor, o Porta dos Fundos tem divisões de conteúdo para a internet e produção de cinema. O primeiro filme do grupo, Contrato Vitalício, será rodado em janeiro. No teatro, os humoristas têm rodado o País com espetáculo Portátil, em que improvisam uma peça de mais de uma hora baseada em depoimento­s de anônimos da plateia.

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DIVULGAÇÃO Gonzalez (Luís Lobianco) e sua assistente, Thati Lopes

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