O Estado de S. Paulo

Aécio anuncia reação do PSDB contra crise

Partido, derrotado na eleição presidenci­al de 2014, muda forma de atuação e prepara série de propostas para economia

- Isabela Bonfim /

Criticado pela aliança com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e por ser pouco atuante na retomada da economia, o PSDB resolveu agir nesta semana. Rompeu com o peemedebis­ta, negociou a aprovação de pautas econômicas com o governo e já começa a anunciar a divulgação de documento com propostas para o ano que vem. O PSDB busca maior empatia com o eleitorado nas eleições municipais de 2016, além de sinalizaçã­o para o mercado financeiro.

“Vamos apresentar ao País um diagnóstic­o da gravidade da crise e do que nos espera para o ano que vem, mas principalm­ente propostas na área social, em razão da gravidade da crise pela qual passam hoje milhões de famílias brasileira­s”, afirmou Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido.

Odocumento será uma revisão da plataforma de campanha presidenci­al de Aécio em 2014, com propostas como pacto federativo e reforma tributária, além de enfoque social. A Executiva da legenda se reúne em duas semanas para fechar detalhes, e a apresentaç­ão da carta deve ser feita no início de dezembro em pronunciam­ento do próprio senador, que prometeu uma “fala forte”.

A estratégia integra uma tentativa de recuperar o protagonis­mo do debate econômico, perdi- do desde a derrota na eleição de 2014. Em um ano de crise econômica, tucanos chegaram a apoiar algumas das chamadas “pautasbomb­a” no Congresso. Algumas delas em contradiçã­o com a defesa histórica feita pela sigla, como o fim do fator previdenci­ário – medida aprovada pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

Há duas semanas, os tucanos assistiram ao PMDB lançar um documento com propostas para a economia que destoavam das

Diagnóstic­o defendidas pelo PT. É dentro dessa estratégia que se explica a sinalizaçã­o com o governo na negociação direta pela aprovação de pautas do ajuste fiscal. A oposição anunciou acordo para aprovar a Desvincula­ção de Receitas da União (DRU) com alíquota de 25% na terça-feira. O pacto foi celebrado com um aperto de mãos entre os líderes José Guimarães (PT-CE) e Bruno Araújo (PSDB-PE).

Segundo Aécio, o apoio às pautas econômicas são uma demonstraç­ão do compromiss­o do PSDB com as questões que são cruciais para o País. “Não vamos fazer como o PT que, quando era oposição, encontrava vício de origem em tudo que vinha do Palácio, como a Lei de Responsabi­lidade Fiscal e o Plano Real.”

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