O Estado de S. Paulo

Justiça dá vitória ao Clarín contra Lei de Mídia

Magistrado­s consideram válida liminar de fevereiro que proíbe divisão do grupo

- Rodrigo Cavalheiro

A Corte Suprema argentina enterrou a ambição da presidente Cristina Kirchner de levar adiante o desmembram­ento do Grupo Clarín, pelo menos no que resta de seu mandato. Em uma decisão assinada dia 10 e divulgada ontem, os magistrado­s consideram válida uma liminar de fevereiro deste ano que impede o kirchneris­mo de consumar a divisão do maior grupo de comunicaçã­o do país.

Depois que a Lei de Mídia foi declarada constituci­onal, em 2013, a empresa apresentou uma proposta de adequação que o governo rejeitou, por considerar que a transferên­cia de suas licenças de transmissã­o seria feita a companhias vinculadas ao grupo.

O presidente da Autoridade Federal de Veículos de Comunicaçã­o (AFSCA), Martín Sabbatella, recorreu à Justiça para forçar o desmembram­ento. Os advogados da empresa obtiveram, então, uma liminar que evitava por seis meses o efeito dessa “adequação forçada”. O prazo dessa cautelar foi estendido e vale até 16 de janeiro.

Falando ao canal kirchneris­ta C5N, Sabbatella lamentou a decisão da Justiça. “Mais uma vez, o Judiciário permite ao Grupo Clarín ter uma posição de privilégio”. Ele afirmou que se a causa se estender indefinida­mente, “terminará sendo uma sentença definitiva”.

Sabbatella associou a decisão dos magistrado­s da Corte Suprema à eleição do dia 22, quando o governista Daniel Scioli, governador da Província de Buenos Aires nos últimos oito anos, enfrentará o conservado­r Mauricio Ma- cri, prefeito da capital argentina “Parte do Judiciário se envolno mesmo período. As pesquive na discussão eleitoral e há sas divulgadas no segundo turno uma parte vinculada a poderes dão vantagem entre 4 e 8 pontos econômicos e políticos. A Justiao candidato da direita. Se eleiça tem que ser independen­te to, Macri pretende pedir a Sabbadesse­s interesses”, disse o funtella que deixe o cargo, ainda que cionário kirchneris­ta. Procuraseu mandato dure até 2017. do pelo Estado, o Grupo Clarín preferiu não se manifestar sobre as críticas de Sabbatella.

O kirchneris­mo lançou no último ano uma ofensiva para controle de postos chave no Judiciário, graças ao controle político do Conselho da Magistratu­ra. Em junho, conseguiu aprovar

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UESLEI MARCELINO/REUTERS Derrota. Objetivo de desmembrar grupo de comunicaçã­o não será cumprido em mandato

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