Europa cria fundo para conter migração
A União Europeia (UE) decidiu ontem abrir os cofres e oferecer um total de ¤ 4,8 bilhões em ajuda à Turquia e a países da África para que invistam em desenvolvimento e políticas para evitar a imigração em massa. A promessa visa a enfrentar o fluxo de refugiados e imigrantes econômicos que pressionam as fronteiras do bloco e já ultrapassam a casa dos 800 mil apenas em 2015, segundo a ONU.
O objetivo de Bruxelas é auxiliar os campos de refugiados na Turquia e fomentar o desenvolvimento do continente africano em troca de redução da imigração. A reunião de cúpula foi realizada em La Valette, na ilha de Malta, um dos portos de chegada de estrangeiros em situação irregular na Europa.
A Turquia receberá ¤ 3 bilhões. Além de recursos para melhorar a qualidade de vida nos campos de refugiados em território turco, Ancara ainda obteve a promessa de reforma na política de concessão de vistos a cidadãos do país e a garantia de que a análise sobre o pedido de ingresso da Turquia na UE será acelerada.
Críticas. Em entrevistas coletivas, chefes de Governo europeus tiveram de explicar a política adotada pelo bloco, acusada de prometer remessas de dinheiro para o exterior na expectativa de que os governos de outros países coíbam a migração.
Segundo a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, Bruxelas não está “pagando para se livrar” do problema. “Todo mundo aqui está de acordo sobre a necessidade de defender as regras do Espaço Schengen e para tanto devemos reforçar nossas relações com outros países, em particular com a Turquia”, justificou.