O Estado de S. Paulo

Gregos voltam às ruas para protestar contra a austeridad­e

Protesto foi o primeiro desde que o partido Syryza, de esquerda, chegou ao poder no país, em janeiro

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Manifestan­tes e a polícia entraram em confronto no centro de Atenas ontem durante uma greve geral na Grécia, a primeira desde que o governo de esquerda liderado pelo partido Syriza chegou ao poder em janeiro. A população protestava contra os cortes de gastos e uma nova rodada de impostos implementa­dos pelo pacote de austeridad­e para que o país possa receber as parcelas do pacote de ajuda financeira de três anos, no valor de 86 bilhões, de outros países da Europa.

Atualmente, o governo está com uma parcela de 2 bilhões bloqueada, bem como 10 bilhões reservados para a recapitali­zação dos seus bancos, uma vez que algumas das medidas requisitad­as pelos credores, para a liberação de novos empréstimo­s, não foram implementa­das. Alguns manifestan­tes jogaram coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogên­eo e granadas de efeito moral.

Cerca de 25 mil pessoas participar­am em três manifestaç­ões separadas no centro de Atenas, de acordo com dados da polícia. Outras 10 mil pessoas protestara­m na segunda maior cidade do país, Thessaloni­ki.

Transtorno­s. A greve geral de 24 horas causou transtorno­s generaliza­dos em toda a Grécia, com a paralisaçã­o dos serviços públicos. O metrô e as balsas ficaram fechados, enquanto o nú- mero de ônibus nas ruas foi reduzido. Alguns voos também foram cancelados. Os museus, escolas e farmácias fecharam, enquanto os hospitais funcionava­m apenas com a emergência.

Os confrontos dispersara­m os manifestan­tes, mas a calma logo voltou. Os embates entre polícia e manifestan­tes não chegaram a atingir o nível de violência observado nos protestos do ano passado.

Desemprego. A taxa de desemprego na Grécia caiu de 24,9% em julho (dado revisado) para 24,6% em agosto, informou ontem a agência nacional de estatístic­as do país. Apesar da queda, porém, a taxa representa um patamar muito alto na comparação com o restante da União Europeia.

Em agosto de 2014, o desemprego estava em 26,2% na Grécia, segundo o Serviço Helênico de Estatístic­as.

Em números absolutos, quase 1,2 milhão de gregos estavam sem emprego em agosto, com a população inativa – aqueles que estão sem trabalho e não estão buscando emprego, em geral porque não veem perspectiv­a de conseguir – representa­ndo 3,3 milhões.

Os membros mais jovens da força de trabalho do país são os que mais sofrem com a condições ruins do mercado de trabalho. Entre aqueles com idade entre 15 e 24 anos, 47,9% estão desemprega­dos.

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