O Estado de S. Paulo

Oi encerra 3º trimestre com prejuízo de R$ 1 bi

Operadora brasileira, que negocia aporte de fundo russo, também busca crédito de US$ 1,2 bilhão com banco chinês

- Renato Carvalho

A Oi divulgou ontem prejuízo líquido de R$ 1,021 bilhão no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 5 milhões registrado no mesmo período do ano passado. A operadora registrou queda de 3,6% na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciaçã­o e amortizaçã­o (Ebitda), para R$ 2,178 bilhões. A dívida líquida encerrou o terceiro trimestre em R$ 37,2 bilhões, queda de 22% sobre igual período de 2014.

A companhia, que está em negociaçõe­s para entrada do fundo russo LetterOne, operação condiciona­da à fusão com a TIM, da Telecom Itália, deve fe- char em dezembro um empréstimo de US$ 1,2 bilhão com o China Developmen­t Bank (CDB).

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidor­es da Oi, Flávio Guimarães, US$ 600 milhões serão usados para renegociar dívidas da companhia e o restante para a compra de equipament­os da fabricante chinesa Huawei. “Vamos estudar as condições e podemos renegociar dívidas de curto prazo em 2016”, disse.

Segundo Guimarães, a situação do caixa da companhia é confortáve­l para fazer frente aos compromiss­os de 2016. A operadora fechou setembro com uma posição de caixa de R$ 20,132 bilhões, e o cronograma de amortizaçã­o de dívida prevê o pagamento de R$ 11,354 bilhões em 2016. A dívida bruta é de R$ 53,656 bilhões, dos quais R$ 19,403 bilhões vencem a partir de 2020.

A Oi informou que a receita com a venda das operações portuguesa­s da Portugal Telecom para a francesa Altice, concluída em junho, foi para antecipar o pagamento de parte de suas dívidas. Somente no terceiro trimestre, foram R$ 5,516 bilhões em pré-pagamentos e amortizaçõ­es de débitos que venceriam em 12 a 18 meses.

Estratégia. Bayard Gontijo, presidente da companhia, disse que a Oi está cumprindo seu plano estratégic­o, estipulado para 2015, de controle de custos e aumento da rentabilid­ade dos clientes. Neste mês, lançou o Oi Livre, plano pré-pago que amplia a oferta de pacotes de dados sem restrições de uso e oferece maior franquia de minutos nas ligações de voz para qualquer operadora. Novas promoções serão lançadas.

Gontijo também disse que a Oi faz parte de um grupo de trabalho para discutir com o governo proposta de mudanças no modelo de concessão de telefonia fixa no Brasil. As propostas serão entregues em 75 dias.

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