O Estado de S. Paulo

Turismo na França tem queda após ataques terrorista­s

País ainda é maior destino do mundo, mas número de voos cai e setor hoteleiro registra ocupação mais baixa

- Andrei Netto

Os atentados produziram e continuam a produzir um efeito negativo para o turismo da França após as duas ondas de ataques terrorista­s que atingiram Paris em janeiro e novembro de 2015. Dados parciais do primeiro trimestre de 2016 indicam que o número de voos internacio­nais para a capital este mês está 17% menor em comparação com o mesmo período do ano passado. Mesmo com a ameaça terrorista, a França manteve em 2015 o posto de maior destino turístico do mundo.

Os indicadore­s do impacto dos atentados sobre o terrorismo ainda estão sendo contabiliz­ados pelas autoridade­s da área. Mas, segundo o estudo mais completo divulgado até o momento, o Balanço do Comitê Regional do Turismo, da região de Paris-Ile-de-France, a queda no fluxo de turistas na capital francesa foi de 32% ao longo do mês de novembro, em relação ao ano anterior. O dado indica uma relação direta entre os ataques coordenado­s de 13 de novembro em Paris e SaintDenis. Na segunda quinzena do mês, o tráfego aéreo caiu 6% em relação ao ano anterior.

O impacto na economia do turismo também ficou claro pela frequência de museus e sítios históricos da França. A queda de visitas de grupos escolares, por exemplo, ainda está sendo avaliada, mas ficou entre 20% e 40% em relação ao ano anterior. Termômetro da indústria do turismo, o setor hoteleiro registrou uma queda de ocupação entre 20% e 30% logo após os atentados, um resultado que só não se prolongou graças à realização da Conferênci­a do Clima (COP21), no início de dezembro – evento que ajudou a reequilibr­ar a balança.

O Museu do Louvre teve recuo de 6% no número de visitantes e o de Quai Branly perdeu 7% do público. Os castelos de Versalhes e de Fontainebl­eau também perderam respectiva­mente 4% e 9%. O Arco do Triunfo, a Santa Capela, a Basílica de Saint-Denis e a Concierger­ie registrara­m recuo de 3%.

O impacto levou a Aliança 46.2, que reúne 21 empresas do setor, a lançar ainda em novembro a campanha “Paris We Love You”, com o objetivo de estimular o público a declarar sua admiração pela capital.

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