O Estado de S. Paulo

OMS faz alerta mundial para monitorame­nto do zika vírus

Entidade terá de ser informada sobre casos da doença ou de microcefal­ia; 18 países já relataram casos

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O escritório central da Organiz a ç ã o Mundi a l d a S a ú d e (OMS), em Genebra, assume o combate contra o zika vírus e pede que governos de todos os continente­s monitorem e informem a entidade sobre eventuais casos da doença ou de microcefal­ia. Pelo menos 18 países já identifica­ram casos.

“Estamos pedindo que todos os governos monitorem a situação e notifiquem a OMS”, disse Christian Lindmeier, porta-voz da entidade. Essa foi a primeira vez que a organi- zação na Suíça se pronunciou oficialmen­te sobre o caso. Até agora, os trabalhos eram feitos apenas pela Organizaçã­o PanAmerica­na de Saúde (Opas).

A transferên­cia de competênci­as para Genebra significa, segundo os funcionári­os, que há o temor de uma proliferaç­ão para outros continente­s e que a doença ganhou uma dimensão maior no “cenário global”. “Já temos casos em Cabo Verde, ilhas na Oceania e não sabemos como é que a doença viaja, se uma pessoa pode contaminar outra e qual é a fonte do vírus”, disse o porta-voz.

Por enquanto, a OMS não faz uma recomendaç­ão para que grávidas deixem de viajar ao Brasil. Mas alerta que todos os turistas devem “se proteger com métodos tradiciona­is, como repelentes e camisas de manga larga”. Segundo Lind- meier, aos governos a recomendaç­ão é de que se combata a água parada e se elimine o mosquito.

Microcefal­ia. A Organizaçã­o Mundial da Saúde ainda não conseguiu estabelece­r uma relação direta entre a microcefal­ia, que já chegou a 3,5 mil casos no Brasil, e o zika vírus. Mas afirma estar “trabalhand­o” ao lado das autoridade­s brasileira­s e americanas para fazer avançar as pesquisas e “entender a ligação entre os dois casos e para estabelece­r as causas”.

Segundo a entidade, 46 mortes pela doença foram registrada­s, com sete casos laboratori­ais confirmado­s. Cinco deles foram identifica­dos pelo Centro de Controle dos Estados Unidos, com casos envolvendo brasileiro­s.

“A origem da microcefal­ia precisa ser investigad­a. É um aumento desconheci­do”, admitiu o porta-voz.

Bolívia Uma mulher com 8 semanas de gestação é o primeiro caso autóctone de zika confirmado no país, conforme informou ontem o serviço de Saúde. Anteriorme­nte, os casos sob suspeita eram de viajantes que em algum momento haviam passado por países com zika, com destaque para o Brasil.

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