O Estado de S. Paulo

PIRACICABA APROVA O ‘AEDES DO BEM’

Transgênic­o teria reduzido larvas em 80%

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Aliberação de mosquitos transgênic­os reduziu em mais de 80% a quantidade de larvas de Aedes aegypti em um bairro de Piracicaba (SP), na comparação com um bairro próximo que não foi “tratado” com os insetos geneticame­nte modificado­s. Os dados foram divulgados ontem pela prefeitura do município e pela empresa Oxitec, dona da tecnologia.

O experiment­o, que começou em abril de 2015, envolve a liberação de 800 mil mosquitos transgênic­os por semana no bairro Cecap/Eldorado, com 5 mil habitantes. Os insetos geneticame­nte modificado­s, chamados pela empresa de “Aedes aegypti do bem”, não picam pessoas nem transmitem doenças. Eles carregam um gene especial que faz com que seus filhotes morram antes de chegar à idade adulta.

Segundo os dados de monitorame­nto da Oxitec, a quantidade de larvas de mosquitos selvagens no Cecap já é 82% menor do que em um bairro equivalent­e, usado como área de controle, a 1,5 quilômetro. “São áreas semelhante­s”, disse o gerente do projeto, Guilherme Trivellato. O Cecap foi escolhido pa- ra o teste porque era o mais atingido pela dengue na cidade no verão de 2014-2015. Desde julho, segundo dados da prefeitura, apenas 1 caso foi registrado no bairro, comparado a 50 na cidade.

Para o biólogo Carlos Fernando Salgueiros­a, da Universida­de Estadual de Campinas (Unicamp), é prematuro atribuir o menor número de casos de dengue no bairro só aos mosquitos transgênic­os. A queda, segundo ele, pode estar relacionad­a a outros fatores, como a eliminação de criadouros e número de pessoas suscetívei­s.

Fábrica. A prefeitura de Piracicaba anunciou planos de levar o estudo para o centro, região de 35 mil a 60 mil habitantes. A Oxitec anunciou uma fábrica de mosquitos no município, 30 vezes maior do que a atual, em Campinas.

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