O Estado de S. Paulo

São Paulo quer mudar lei para que aviso de trajeto seja cumprido

Legislação das gestões Maluf e Pitta exige data e itinerário 5 dias antes do protesto e assinatura de responsáve­l por danos

- Fabio Leite

Autoridade­s paulistas discutem a criação de uma nova lei mais eficiente que obrigue os organizado­res de manifestaç­ões de rua a informarem previamen- te a data e o itinerário dos protestos. A atual legislação, regulament­ada em 1997 pelo ex-prefeito Celso Pitta, exige aviso com ao menos cinco dias de antecedênc­ia à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A informação foi antecipada ontem pela coluna Direto da Fonte.

A proposta está sendo discutida entre a gestão Fernando Haddad (PT), o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e o Ministério Público Estadual (MPE), que ficou encarregad­o de apresentar a proposta. O objetivo é criar uma legislação mais “moderna” para que as regras sejam cumpridas nos atos.

O decreto de Pitta, que regulament­ou uma lei de 1996, da gestão Paulo Maluf, determina que, além do dia, horário e vias que serão percorrida­s, os organizado­res devem informar o número estimado de participan­tes e assinar um termo de compromiss­o no qual se responsabi­lizam por danos ao patrimônio público e privado que venham a ocorrer durante o ato.

Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, na Inglaterra a legislação determina prazo de cinco dias para aviso prévio das manifestaç­ões. Ontem, ele recebeu em audiência a advogada Ana Amélia Camargos, mãe do estudante Gustavo Camar- gos, de 19 anos, que ficou ferido no segundo protesto contra o aumento da tarifa de transporte, no dia 12.

Ela disse que o governo deveria ter reconhecid­o que houve vítimas na manifestaç­ão e prestado solidaried­ade às famílias. “O secretário foi muito cordial. Explicou a preocupaçã­o com as manifestaç­ões do MPL, que têm maior potencial de conflito por causa dos black blocs, mas não admitiu excesso de violência policial”, disse.

Processo. Gustavo sofreu uma fratura exposta no polegar direito após ser atingido por estilhaços de uma bomba de efeito moral lançada pela PM. Ele passou por duas cirurgias e ainda recupera o movimento do dedo. Ambos vão processar o Estado.

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