O Estado de S. Paulo

7 em cada 10 gostariam de deixar SP

Para coordenado­r da Rede Nossa São Paulo, que pediu a pesquisa, paulistano está mais crítico e pessimista; para 36%, qualidade de vida piorou

- Juliana Diógenes

Sete em cada dez paulistano­s mudariam de São Paulo se pudessem, segundo dados de uma pesquisa feita pelo Ibope e divulgada ontem. O estudo de Indicadore­s de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM) revelou que 68% dos entrevista­dos declararam que mudariam de cidade se pudessem. O índice subiu em relação à pesquisa anterior, quando 57% afirmaram que gostariam de sair da capital paulista.

O levantamen­to foi encomendad­o pela Rede Nossa São Paulo e pela Federação do Co- mércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomercio). A pesquisa foi feita entre os dias 30 de novembro e 18 de dezembro de 2015 com 1.512 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais.

Na avaliação do coordenado­r executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, esse dado mostra que o paulistano está mais crítico, pessimista e estressado. “Os dados negativos subiram além da média histórica. Há uma crise política, econômica e pessimismo muito grande.”

Para a contadora paulistana Laudiceia Amorim, de 48 anos, que nunca morou em outra ci- dade, São Paulo ainda carrega o peso de ser a “capital do trabalho”. “É aquela cidade em que as pessoas acordam para trabalhar, voltam para casa e dormem para, no dia seguinte, trabalhar. Essa é a rotina”, disse. Além disso, para 36% dos ouvidos, a qualidade de vida piorou.

Dos 169 itens avaliados, com notas que podem variar de 1 a 10, 150 (89%) ficam abaixo da média da escala (5,5), 16 (9%) ficaram acima e 3 (2%) alcançaram a média. Na edição anterior da pesquisa, os resultados eram: 139 (82%) abaixo da média, 28 (17%) acima e 2 (1%) na média. As áreas com maior insatisfaç­ão estão diretament­e rela- cionadas às instituiçõ­es governamen­tais, como: infância e adolescênc­ia, transporte e trânsito, acessibili­dade para pessoas com deficiênci­a, segurança, assistênci­a social, desigualda­de social e transparên­cia e participaç­ão política. Bombeiros, Correios e Igreja, nessa ordem, lideram o ranking das instituiçõ­es com maior confiança da população.

Água. Caiu o número os que atribuem a responsabi­lidade da crise hídrica ao governo do Estado, passando de 30% na edição anterior para 23% nesta pesquisa. Mas 67% culpam a Sabesp, ante 61% em 2015.

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