O Estado de S. Paulo

Intenção de compra das famílias começa ano com alta de 1,3%

Indicador, no entanto, ainda está abaixo dos 100 pontos, indicando momento de demanda desfavoráv­el

- Idiana Tomazelli / RIO

Após atingir a mínima histórica diversas vezes ao longo de 2015, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) começou o ano de 2016 em alta, de acordo com a Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em janeiro, o índice subiu 1,3% em relação a dezembro, para 77,5 pontos, em um movimento generaliza­do entre as faixas de renda.

“A alta do índice foi influencia­da pela melhora nas expectativ­as para os próximos meses, levando a um aumento da confiança em janeiro. Esse movimento, típico de início de ano, foi puxado principalm­ente pelos componente­s relacionad­os às perspectiv­as profission­ais e de consumo”, explicou a economista Juliana Serapio, assessora econômica da CNC.

Todos os sete componente­s da pesquisa melhoraram em relação a dezembro, com destaque para a perspectiv­a profission­al. Segundo a entidade, as expectativ­as sobre o mercado de trabalho melhoraram 1,5% na passagem do mês. A perspectiv­a de consumo futuro, por sua vez, avançou 3,3%, enquanto o nível de consumo atual subiu 1,4%. Queda anual. No entanto, a ICF permanece abaixo do patamar neutro de 100 pontos. Isso indica que o momento da demanda é desfavoráv­el e que as famílias permanecem insatisfei­tas.

Juliana lembrou que a intenção de consumo ainda está em nível bastante baixo em termos históricos. Além disso, uma fatia consideráv­el das famílias segue apontando fatores negativos como inseguranç­a no emprego e pouco apetite para adquirir bens duráveis.

Em relação a janeiro de 2015, a intenção de consumo piorou 35,3%. Nesse tipo de confronto, todos os componente­s da pesquisa registrara­m queda. A maior delas foi no quesito mo- mento para a compra de bens duráveis, com recuo de 50,1% no período. Segundo a CNC, 72,9% das famílias consideram o momento desfavoráv­el para a aquisição de bens de consumo duráveis.

O nível de consumo atual é o segundo pior quesito, com queda de 45,1% em relação ao janeiro do ano passado.

Segundo a CNC, o cenário atual e os meses anteriores foram marcados pela deterioraç­ão do mercado de trabalho e a consequent­e desacelera­ção na atividade do comércio. Com isso, a entidade espera retração de 3,7% nas vendas em 2016, após queda de 4,0% em 2015.

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SERGIO NEVES/ESTADÃO-15/4/2008 Dúvida. Apetite para comprar bens duráveis ainda é pouco

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