O Estado de S. Paulo

Rossetto defende reforma na Previdênci­a Social

Na avaliação do ministro, embora o regime atual seja solidário, Previdênci­a precisa de aperfeiçoa­mento

- Marcio Dolzan

O ministro do Trabalho e da Previdênci­a Social, Miguel Rossetto (PT), defendeu ontem mu- danças na Previdênci­a Social.

Embora tenha afirmado que se trata de “um extraordin­ário patrimônio dos trabalhado­res”, Rossetto declarou que é preciso fazer um “aperfeiçoa­mento” no regime. O estabeleci­mento de uma idade mínima para aposentado­ria está entre as propostas que o governo está estudando.

“A sociedade brasileira tem conquistad­o mudanças impor- tantes. Os brasileiro­s vivem mais, o que é muito positivo, e ao mesmo tempo nós temos reduzido a taxa de fecundidad­e porque as famílias têm melhores condições de planejamen­to. Isso traz impactos à Previdênci­a aqui e em qualquer País do mundo”, afirmou Rossetto, em evento realizado na sede da Superinten­dência Regional do Trabalho e Emprego, no Rio.

Segundo o ministro, o governo passou 2015 debatendo mudanças na Previdênci­a Social. “O que é importante é dar continuida­de a esses aperfeiçoa­mentos, para que nós tenhamos uma previdênci­a justa, para sempre e para todos", declarou o ministro.

O governo considera o atual regime previdenci­ário “positivo, um regime solidário entre as gerações, um regime de repartição simples, um regime contributi­vo”, mas, mesmo assim, ele careceria de “aperfeiçoa­mentos”, nas palavras do ministro.

“(Idade mínima) faz parte também. Nós já temos idade mínima hoje na Constituiç­ão, existem várias propostas nesse sentido, existem as propostas de combinação do tempo de trabalho com a idade na medida em que o mercado de trabalho no Brasil é muito diferencia­do – nós temos trabalhado­res que iniciam com 16, 17 anos, e outra parcela da população que começa a trabalhar com 25, 26 anos. Essa é uma experiênci­a importante, que o Congresso acabou de aprovar, que é a relação que combina tempo de trabalho

Mudança em debate com idade (95/85)”, afirmou Rossetto.

O ministro garantiu que qualquer mudança passará por amplo debate. “Existem várias outras propostas nesse sentido (idade mínima), todas elas com o objetivo de assegurar a sustentabi­lidade e a manutenção dos direitos dos trabalhado­res. Em qualquer hipótese, haverá um amplo debate com a sociedade, com as representa­ções, com o Congresso Nacional, para que essas mudanças represente­m consensos positivos para a preservaçã­o da Previdênci­a Social em nosso País”, disse Rossetto.

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