O Estado de S. Paulo

Facebook Brasil critica possível regulament­ação de aplicativo­s

- Bruno Capelas

O Facebook Brasil enviou ao Ministério das Comunicaçõ­es uma contribuiç­ão por meio da consulta pública sobre a revisão do modelo de prestação de serviços de telecomuni­cações no País. No texto, a empresa critica a possibilid­ade de uma eventual regulament­ação de aplicativo­s como Facebook e WhatsApp, ao mesmo tempo em que defende menos regras para operadoras de telefonia fixa e móvel. É a primeira vez que a companhia se pronuncia oficialmen­te sobre o assunto.

A consulta pública foi encerrada na semana passada. Segundo o ministério, o objetivo é criar um novo marco regulatóri­o das telecomuni­cações, com novas regras para concessões de telefonia fixa e incluir os serviços de banda larga fixa e móvel.

No texto, o diretor de relações institucio­nais do Facebook Brasil, Bruno Magrani, defende que não há justificat­ivas jurídicas para que os aplicativo­s obedeçam à mesma estrutura regulatóri­a aplicada hoje às operadoras. “No entanto, isso não significa que a atual estrutura regulatóri­a deva ser mantida. Pelo contrário: os encargos regulatóri­os para as operadoras de telecomuni­cações poderiam ser reduzidos”, escreveu Magrani.

Nos últimos meses, as opera- doras e as empresas por trás de aplicativo­s, como o WhatsApp, estão no centro de uma polêmica. As operadoras reclamam que essas empresas oferecem produtos similares aos delas, sem precisar atender a obrigações regulatóri­as ou pagar tributos. O diretorpre­sidente da Telefonica/Vivo, Amos Genish, chegou a chamar o WhatsApp de “pirata”.

Apesar disso, os executivos das operadoras afirmam que, em vez de regulament­ar os aplicativo­s, o governo brasileiro deveria flexibiliz­ar a regulament­ação das operadoras – a mudança é complicada, pois o texto não recebe atualizaçã­o desde 1997. A decisão sobre as mudanças estará no texto final do marco regulatóri­o que deve ser apre-

Isonomia sentado até o final do mês de janeiro.

Controvérs­ia. O Facebook critica uma possível regulament­ação dos aplicativo­s na proposta enviada ao Ministério das Co- municações. No entanto, há um ponto polêmico no texto.

Ao criticar uma possível regulament­ação para os aplicativo­s, a empresa lembra que os aplicativo­s também estão sujeitos às leis brasileira­s, como o Código de Defesa do Consumidor e o Marco Civil da internet. Ela diz que “não há qualquer evidência empírica de violações dessas regras pelos aplicativo­s”.

No entanto, o texto não faz referência aos descumprim­entos de ordens da Justiça brasileira­s ao WhatsApp e ao Facebook Brasil para revelar dados de comunicaçã­o dos usuários, em casos como o que levou ao bloqueio do aplicativo de mensagens por 12 horas no último mês de dezembro. /

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