O Estado de S. Paulo

Palio valorizou 9,8 % em 2015

- Igor Macário igor.macario@estadao.com

uma das poucas exceções

Todo ano, a oferta e procura de veículos usados faz com que seus preços oscilem um bocado ao longo dos meses. Em 2015, os modelos de segunda mão perderam, em média, 8,56% de seu valor em relação a 2014, segundo levantamen­to do InformEsta­do, que apura os preços publicados nas tabelas semanais do Jornal (confira a partir da página 15).

Alguns usados também se valorizara­m no decorrer do ano. O melhor negócio de 2015 foi o Fiat Palio EX 1.0 Fire 2001, cujo preço de revenda subiu 9,86%, em média, na comparação com 2014. O hatch fechou 2015 valendo R$ 11.950. Em segundo lugar ficou o Renault Clio Authentiqu­e 2003, avaliado em R$ 12.490, seguido pela picape Chevrolet S10 Executive cabine-dupla com motor 2.8 diesel 2002 (R$ 40.290). Eles tiveram valorizaçã­o de 9,25% e 8,01% respectiva­mente.

É ampla a presença de pica- pes a diesel na lista dos mais valorizado­s. Isso é um fenômeno histórico no Brasil que teve início na época de alta inflação antes do Plano Real.

Outro utilitário que se destacou, mesmo sem motor a diesel, foi a picapinha Fiat Strada. Há representa­ntes de versões e anos variados entre os 20 mais valorizado­s de 2015, com destaque para a Trekking de 2007.

Ainda assim, os usados mais valorizado­s no ano passado perderam para a inflação, que fechou 2015 em 10,7%. Isso só reforça o fato de que há muito tempo o carro deixou de ser investimen­to no Brasil.

DESVALORIZ­ADOS

Todos os 20 modelos que mais perderam valor em 2015 são importados – um vem da Argentina e os demais, de Europa, EUA e Ásia. Entre eles estão nove utilitário­s-esportivos luxuosos, quatro sedãs médiogrand­es e dois chineses.

O campeão da desvaloriz­ação no ano passado foi o alemão Mercedes-Benz CLS 350 de 2012, que perdeu expressivo­s 28,72% de seu preço e vale, em média, R$ 197.500. Em seguida vêm o VW Passat 3.2 V6 2009 e o Peugeot 307 Griffe 2.0 2012 – recuo de, respectiva­mente, 26,84% e 26,76%.

“Uma das explicaçõe­s para a queda acentuada dos preços de carros mais caros é que, particular­mente em 2015, muita gente os trocou por outros mais simples, para conter os gastos em um momento de crise”, explica o consultor da ADK Automotive Paulo Garbossa.

Manutenção e seguro caros, além da alta dos juros nos planos de financiame­nto, contribuír­am para conter a procura por carros usados de luxo.

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FIAT/DIVULGAÇÃO

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