O Estado de S. Paulo

Dois anos e duas visões sobre a Lava Jato

Operação que apura esquema de corrupção na Petrobrás já dura 24 meses dividida entre o apoio das ruas e a contestaçã­o nos tribunais

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A Operação Lava Jato completa dois anos com um balanço de 84 condenados e 179 réus na 1.ª instância da Justiça e 49 acordos de delação premiada.

As investigaç­ões que chegaram ao esquema de corrupção na Petrobrás começaram em meados de 2013, mas a fase ostensiva da operação foi deflagrada em 17 de março de 2014, com foco inicial em um esquema de lavagem de dinheiro comandado por um grupo de doleiros.

No entanto, com o surgimento do nome de Alberto Youssef nas apurações – o doleiro já era conhecido na Justiça por causa do caso do Banestado – e com a prisão, em 20 de março de 2014, do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, a operação tomou um novo rumo. “Deu para perceber que estávamos diante de uma estrutura grande ( de corrupção)”, afirma o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo, que atua nas investigaç­ões desde o início.

Mas, além de números superlativ­os e do apoio popular ao trabalho da força-tarefa da PF e do Ministério Público Federal, a Lava Jato chega até aqui sob questionam­entos em relação aos procedimen­tos de investigaç­ão. “Essa rapidez, essa pressão, levou a erros”, diz o criminalis­ta Luiz Flávio Borges D’Urso. Críticas feitas principalm­en- te por advogados contestam a conduta do juiz federal Sérgio Moro e a forma como prisões preventiva­s, conduções coercitiva­s e divulgação de dados têm sido usadas. Alguns apontam “abuso” dessas medidas para forçar delações premiadas.

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