Impeachment faz físico deixar fórum do clima
Alegando considerar injusto o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o físico Luiz Pinguelli Rosa, professor emérito da Coppe, o instituto de pós-graduação em engenharia da UFRJ, pediu o seu desligamento do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). Pinguelli, que foi presidente da Eletrobrás no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, era secretário executivo do FBMC.
“Reputo de injusto o afastamento da Presidente da República pelo Congresso Nacional com a conivência do Supremo Tribunal Federal, pois não se provou qualquer crime de responsabilidade como estabelece a Constituição”, escreveu Pinguelli, em carta de 12 de maio endereçada ao presidente em exercício Michel Temer.
OFBMC foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2000. Pinguelli estava no cargo de secretário executivo desde 2004. Oórgão, formado por cientistas que pesquisam mudanças climáticas, tem o papel de auxiliar o governo nas políticas e acordos internacionais sobre o tema.
Opesquisador explicou sua decisão ao Estado. “Não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre o governo Temer, mas o fórum é diretamente ligado ao presidente da República e eu não concordo com a mudança dessa forma. Não é uma questão de Dilma, mas de princípio”, disse. “A tal pedalada é mal definida. Usar verba de banco público que depois é coberto em prazo pequeno é uma trivialidade que qualquer administrador já fez algo parecido. Para falar em crime tem de ser uma coisa séria, tem de ter materialidade, como agir de má fé ou se apropriar de recursos públicos. Quem fez isso foram outros no Congresso e o Supremo Tribunal Federal se fez de bobo.”