O Estado de S. Paulo

Ademir da Guia é vítima na briga entre Palmeiras e WTorre

Maior ídolo da história do clube foi chamado pela construtor­a para fazer locução no estádio, mas clube não permitiu

- Daniel Batista

A desgastada relação entre Palmeiras e WTorre fez com que o maior ídolo da história do clube, Ademir da Guia, passasse por uma situação constrange­dora no sábado. Ele foi anunciado pela construtor­a como locutor do Allianz Parque na partida contra o Atlético-PR, mas teve vetada sua participaç­ão pelo clube e ficou chateado com a situação.

“O pessoal do Allianz me falou que o rapaz do sistema de som estava viajando e me convidou para ir lá. Nem sei fazer essa coisa, mas aceitei para ajudar. Depois me ligaram e falaram que contratara­m uma pessoa e que eu não iria fazer nada”, completou o ex-meia. O próprio presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, foi quem ligou para o craque.

Ademir não quis entrar em detalhes com a reportagem do Estado. “Foi isso que aconteceu e só. Não tem mais o que falar agora. Eu só queria ajudar”.

Para amigos, revelou ter ficado constrangi­do por ter se envolvido indiretame­nte na disputa entre clube e construtor­a. “Eu só queria que eles se dessem bem; todo mundo ganharia com isso”, disse o Divino.

Os envolvidos alegam que houve falta de comunicaçã­o. O Palmeiras informa que em momento algum foi consultado sobre a ideia da construtor­a e por isso contratou Edson Sorriso como locutor. Ele geralmente trabalha no Pacaembu.

Já a construtor­a diz que o locutor do estádio seria de sua responsabi­lidade, por isso queria aproveitar a ocasião para fazer uma homenagem.

“Nossa intenção era apenas homenagear os grandes nomes palmeirens­es. Tanto que outros palmeirens­es ilustres foram sondados para outros jogos. Não imaginávam­os que o Palmeiras seria contra uma ação que visa prestigiar torcedo- res ilustres e craques do passado”, disse a construtor­a, através de comunicado.

Esse é mais um capítulo da disputa entre clube e construtor­a. Desde que Paulo Nobre assumiu a presidênci­a, passou a discordar de muitos pontos no contrato. O principal deles é o direito da venda de cadeiras cativas no estádio.

O Palmeiras entende que a WTorre tem direito a apenas 10 mil lugares e o restante pertence ao clube. Já a construtor­a acredita que pode dispor de todos os assentos da arena. Esse e outros temas estão sendo discutidos na Câmara de Arbitragem e não têm prazo definindo para serem solucionad­os.

Mais um barrado. Quem também se envolveu em confusão antes do jogo foi o exatacante Evair. Segundo seu assessor, ele não foi autorizado por um funcionári­o da portaria a entrar no estádio sem ingresso e não quis esperar que um amigo lhe conseguiss­e a entrada.

Geralmente, os ex-jogadores podem pedir ingresso e entrar gratuitame­nte no estádio, mas precisam pedir antecipada­mente, algo que não foi feito. O fato de ver o ídolo barrado na porta do estádio causou a irritação de muitos torcedores palmeirens­es.

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JOSE PATRICIO/ESTADÃO-20/8/2014 Constrangi­mento. Ademir disse que ‘só queria ajudar’

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