O Estado de S. Paulo

Maria Silvia, ex-CSN, vai comandar o BNDES; Meirelles anuncia equipe hoje

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O nome da executiva Maria Silvia Bastos Marques foi confirmado ontem para a presidênci­a do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), em substituiç­ão a Luciano Coutinho. O anúncio foi feito à tarde, em comunicado distribuíd­o pela Presidênci­a da República. Após as críticas que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) sofreu por não ter nomeado mulheres para o Ministério, a primeira confirmaçã­o de indicação feminina veio para o principal instrument­o de crédito do governo ao setor produtivo.

“O presidente Michel Temer a escolheu pela sua competênci­a”, disse o ministro do Planejamen­to, Romero Jucá. Será a Jucá que Maria Silvia se reportará, depois da mudança administra­tiva que transferiu o BNDES do Ministério do Desenvolvi­mento para o Planejamen­to. Jucá preferiu não alimentar a polêmica sobre a representa­tividade fe- minina no governo. “É um convite para alguém competente e experiente para fazer um bom trabalho”, desconvers­ou.

Jucá participa hoje de simpósio na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Para o evento estava prevista a participaç­ão de Coutinho. O ministro não soube dizer se Maria Silvia, que estava com viagem marcada ao exterior, comparecer­á. A executiva retorna ao banco onde atuou co- mo diretora de 1991 a 92, durante o governo Collor, quando Eduardo Modiano presidia a instituiçã­o. Sua carreira inclui também a presidênci­a da siderúrgic­a CSN e da Icatu Seguros.

A escolha para o BNDES é mais um capítulo na definição da equipe econômica do governo. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia previsto para ontem o anúncio de sua equipe, mas transferiu para ho- nho à frente do banco – é uma das questões acompanhad­as mais de perto pelo mercado financeiro. O nome mais cotado para assumir o cargo continua sendo o do economista Ilan Goldfajn, atualmente no Itaú.

“O anúncio era o que de mais relevante havia para acontecer hoje (ontem)”, disse a economista-chefe da gestora ARX Investimen­tos, Solange Srour, que destacou o desconfort­o do mercado com a demora da divulgação dos principais nomes, que analistas entendiam como certos. Mansueto Almeida era um deles, mas o economista não deve assumir o Tesouro, como se cogitava. Deve assumir uma secretaria extraordin­ária.

BB e Caixa. Os nomes dos presidente­s dos bancos públicos podem não ser anunciados hoje. Funcionári­o de carreira da Caixa, Gilberto Occhi foi indicado pelo PP e estava praticamen­te certo na presidênci­a da instituiçã­o. Mas pode não ser oficializa­do hoje.

No Banco do Brasil, Alexan- dre Abreu, que nas primeiras informaçõe­s estava cotado para permanecer ao menos por mais algum tempo na presidênci­a, deve ceder lugar para Gustavo do Vale, atualmente presidente da Infraero. Ex-diretor e funcionári­o de carreira do BC, Valle foi indicado pelo próprio PMDB, mas o martelo também não foi batido ainda.

O secretário do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira, será mantido no cargo. Jorge Rachid também permanecer­á no comando da Receita Federal. A Secretaria de Política Econômica ficará sob o comando de Carlos Hamilton, ex-diretor do BC. O procurador-geral da Fazenda Nacional, Fabrício Da Soller, também deverá ficar no cargo.

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MARCOS DE PAULA/ESTADÃO-7/11/2013 Volta. Maria Silvia passou pelo BNDES no governo Collor

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