Cotados para comando da BR relutam em aceitar cargo
Ambiente político é um dos entraves entre os candidatos, afirma conselheiro da distribuidora
A Petrobrás está com dificuldade de contratar um presidente para a BR Distribuidora por causa da crise política, segundo Segen Stefen, representante do conselho da estatal e da BR. Ele não revelou os nomes cotados para o cargo, mas admite que executivos resistem em aceitar o convite, temendo que o presidente em exercício Michel Temer substitua o comando da estatal.
Stefen contou que a Petrobrás estava em fase final de contratação de um executivo para comandar a BR, mas o selecionado teria desistido na reta final, quando o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff estava em análise na Câmara. O processo de seleção retroagiu, disse Stefen, “mas não voltou à estaca zero”. Segundo ele, estão sendo avaliados nomes que já faziam parte da seleção. “As pessoas se sentem inseguras”, afirmou o conselheiro da Petrobrás. A BR está com presidente interino desde a renúncia de José Lima de Andrade Neto, em setembro do ano passado.
A Petrobrás, explicou Stefen, está ciente de que, ainda que o Senado já tenha se posicionado pelo afastamento temporário da presidente, o cenário de instabilidade permanece. Até que haja uma definição se a atual diretoria e o conselho de administração da Petrobrás permanecem, dificilmente será possível contratar um presidente para a BR Distribuidora.
Ativos. Já as discussões sobre a venda de ativos da distribuidora continuam avançando, segundo Stefen, mas as empresas interessadas não têm pressa em concluí-las, também por causa do atual ambiente de incertezas. “Quem tem pressa (em vender) é a Petrobrás. Os pretendentes continuam avaliando a oportunidade”, disse. Ele afirma que, até hoje, a Petrobrás não recebeu qualquer indicação do governo de que o conselho de administração e a diretoria da petroleira serão substituídas pelo presidente em exercício Michel Temer.