O Estado de S. Paulo

Temer quer sugestão de sindicatos na Previdênci­a

Grupo de trabalho com sindicalis­tas tem 30 dias para apresentar proposta

- Carla Araújo Gustavo Porto Rachel Gamarski /

Após o governo ser alvo de críticas pela defesa da reforma previdenci­ária feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) procurou o diálogo com sindicalis­tas e criou ontem um grupo de trabalho para discutir uma proposta para o tema. O grupo será formado por representa­ntes de centrais e do governo federal e deve apresentar, em até 30 dias, caso haja consenso, uma proposta de alteração na Previdênci­a Social.

A criação do grupo de trabalho foi anunciada em uma reunião da qual participar­am, além de Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda) e Ronaldo Nogueira (Trabalho). Coordenado por Padilha, o grupo terá dois representa­ntes de cada uma das centrais sindicais e a primeira reunião está marcada para amanhã, às 9 horas. Participar­ão do conselho membros da Força Sindical, das Centrais Sindicais Brasileira­s (CSB), União Geral dos Trabalhado­res (UGT) e da Nova Central Sindical de Trabalhado­res (NCST), todas representa­das na reunião com Temer.

A Central Única dos Trabalhado­res (CUT) e a Central dos Trabalhado­res e Trabalhado­ras do Brasil (CTB) não participar­am do encontro por serem contrárias ao governo Temer, mas, se quiserem, também poderão indicar nomes ao grupo de trabalho. O presidente da CUT, Vagner Freitas, informou, em nota, que a central “não reconhece golpistas como governante­s” para justificar a ausência na reunião com Temer.

O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), afirmou, após o encontro, que Temer disse ter “urgência em resolver a questão da Previdênci­a”, e que pregou, logo na abertura da reunião, um governo de “negociação e discussão”. Portanto, segundo Paulinho, o presidente em exercício não abriu espaço para ministros expressare­m opiniões pessoais sobre o tema.

“Não daria para (o ministro da Fazenda, Henrique) Meirelles falar nada de diferente dele (Temer)”, afirmou Paulinho, numa referência às declaraçõe­s do ministro sobre a necessidad­e de uma reforma da Previdênci­a. “Não vamos aceitar mudanças nos direitos adquiridos de

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LUIS NOVA/FRAMEPHOTO Reunião. Segundo Paulinho da Força (SD-SP), Michel Temer disse ter urgência em resolver a questão da Previdênci­a

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