‘Corrupção silenciosa’ afeta o desempenho de países e empresas
O conceito tem avançado entre as empresas de todo o mundo, mas resultado ainda é baixo gens, ele pode não compreender tais atitudes como corrupção, mas é exatamente isso o que está fazendo.
Combate. Para o professor da Fundação Dom Cabral Dalton Sardenberg, dois problemas que podem gerar esse tipo de conduta são impunidade e a falta de motivação. Sardenberg acredita que, por ser difícil de identificar e punir a corrupção silenciosa, o trabalho dos líderes deve ser diário e centrado em uma palavra-chave: engajamento. “As boas práticas de compliance aumentam em cerca de 20% a produtividade, e dentro delas deve haver o combate à corrupção silenciosa.”
Mas, como aponta a mais recente pesquisa sobre condutas de risco da Thomson Reuters, que será apresentada no Brasil nesta semana no 4.º Congresso Internacional de Compliance & Regulatory Summit, a definição de conduta de risco continua sendo um desafio para as companhias. De 260 empresas analisadas em todo o mundo, 64% não trabalham a concepção específica sobre risco. De acordo com José Leonélio, gerente da área de Gestão de Risco e Compliance da consultoria, o programa de integridade e a metodologia de conhecer parceiros e fornecedores mostra-se essencial no combate a essas práticas. “Você tem de garantir que quem age em seu nome ou quem faz negócios com você trabalhe de forma ética.”
A organização não governamental Transparência Internacional avalia que as empresas dos países emergentes têm avançado na luta contra a corrupção, mas ainda há muito que melhorar, principalmente nas companhias globais. Para Susan Cote-Freeman, gerente do Programa de Integridade de Negócios da ONG, as empresas devem compreender que os compromissos vão além dos seus muros. “Acreditamos que as empresas limpas e transparentes são responsáveis por seus stakeholders e também pelos cidadãos dos lugares onde operam”, afirma.