Bahia e Santa Catarina estão nos extremos opostos das taxas de desocupação do País
Dois mil e seiscentos quilômetros separam Florianópolis de Salvador. Mas a di s t â nci a parece maior. De um lado, no Nordeste, está a cidade do desemprego. Do outro, no Sul, está a capital com a menor taxa de desocupação do País. “São realidades completamente distintas, com histórias de desenvolvimento econômico muito diferentes e que influenciam o comportamento dessas regiões em um momento de crise”, diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Com uma taxa de desemprego de 15,5% no primeiro trimestre do ano, a Bahia tem uma massa de 1,1 milhão de pessoas à procura de trabalho, segundo dados da Pnad Contínua. Em Santa Catarina, com índice de 6%, 219 mil estão atrás de um emprego. Embora uma taxa seja mais que o dobro da outra, ambas cresceram em ritmo acelerado ao longo do últi- mo ano por causa da deterioração do quadro econômico do País. Nos dois casos, a alta foi superior a 60%.
Ainda assim, a distância entre esses Estados no quesito emprego se manteve. Em Salvador, trabalhadores fazem fila, de madrugada, para pesquisar vagas ou pedir o seguro-desemprego. Enquanto em Blumenau (SC), a três horas de carro de Florianópolis, alguns setores têm dificuldade em encontrar candidatos. A cidade foi a que mais criou vagas no primeiro semestre do ano no Estado.
A formação econômica de Santa Catarina ajuda a entender o que faz com que a região tenha uma espécie de blindagem em relação à crise. “A economia catarinense está desconcentrada, espalhada pelo território e distribuída em vários segmentos”, diz Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O economista Alcides Goularti Filho, professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e pesquisador da economia regional, reforça es- Bahia Taxa de desemprego rego