O Estado de S. Paulo

Forçanos golpes

José Loreto conta como encontrou seu José Aldo e ganha elogios do lutador

- Luiz Carlos Merten

sada por Meirelles com seu diretor de fotografia, César CharloJosé Loreto anda na cola de Malvine. A câmera foi colocada num cano Salvador. Interpreta o irmão bo de vassoura e o cameraman ia do ator na nova novela das 7, Haja enxotando a galinha. Spielberg Coração, e Malvino faz par com (quase) não acreditou. Disse que Cléo Pires, que é amulher deLoreem Hollywood só aquilo custaria to em Mais Forte Que o Mundo – A milhões (de dólares). História de José Aldo. E, para increQuem não tem muito dinheiment­ar ainda mais, Malvino havia ro, tem de inventar. Meirelles sido a primeira escolha dosprodute­m elogiado as cenas de ação de tores para fazer o campeão de Mais Forte Que o Mundo – A HistóMMA e UFC no filme que estreia ria de José Aldo. Palavras dele – na quinta, 16. Não apenas Loreto “Uma boa cena de ação tem que sonhava com o papel desde que combinar um bom roteiro da sesoube que haveria a cinebiogra­fia quência, isso é, saber quem bate e como o próprio diretor Afonso quem apanha a cada momento. Poyart também o via como José Precisa de boa coreografi­a para Aldo. O que é do homem o Diabo pensar como se bate e como se não come. Malvino partiu para ouapanha. Boa interpreta­ção e boa tro compromiss­o eZé Loretoater­decupagem para que as porradas rissou na pele de Zé Aldo. pareçam reais e doloridas. Fora

Prepare-se – Loreto é tão intenisso, montagem precisa e efeitos so que depois de ver o filme você sonoros. O Afonso combina tovai achar que ele nasceu para ser dos estes elementos como um Zé Aldo. Ofilme tem recebido elomaestro. Há uma cena de briga gios como o do diretor Fernando num bar incrível. Vale ver. E Zé Meirelles. Vale lembrar – quando Aldo? Na pré-estreia paulistana se conheceram em Hollywood, de Mais Forte Que o Mundo, ele Steven Spielberg (Spielberg!) resoltou o verbo – “Fiquei muito velou-se o maior fã de City of emocionado de ver um filme soGod/Cidade de Deus e foi logo fabre a minha história. É um trabazendo a Meirelles a pergunta que lho excelente feito pelo Afonso e não queria calar. Como ele fileu só tenho que agradecer a ele e mou a perseguiçã­o à galinha? Foi ao elenco. Acho que ficou uma o tipo da solução cênica improvi- história bem real. Fiquei feliz com a atuação do José Loreto, que se esforçou bastante, deu seu máximo e com certeza me senti muito bem representa­do. Nós convivemos durante dois anos, vimos o filme sair juntos, ele treinou na academia comigo, viajamos juntos. Foi um grande irmão que eu recebi na vida.”

Na entrevista que deu ao Estado, Poyart já havia dito, o que pode até parecer arrogante, mas não é. “Podem dizer o que quiserem dos meus filmes, mas uma coisa eu sei – sou bom de ação. Essas cenas exigem preparação, minúcia. A gente tem de filmar sabendo onde cada peça se encaixa, e isso eu não só sei fazer como gosto de fazer.” Loreto conta que Aldo ( o filme) tomou um ano de sua vida. “Foram sete meses de muita preparação física. Sempre pratiquei esporte, lutava, mas aqui foi outra coisa. Ganhei massa muscular, fiquei sarado e até era capaz de encarar umas lutas.” A preparação física exigiu empenho, dedicação. Mas havia o outro problema. Chamada a preparar o elenco de Aldo, Fátima Toledo disse ao diretor – “Ele ( Loreto) é muito bonzinho.” E o desafio proposto pelo roteiro do filme era fazer com Loreto expressass­e a raiva, o ódio que queima Zé Aldo.

Família pobre, pai violento que bate na mãe. Loreto precisou encontrar esse Aldo brutal dentro dele. Ouvia do próprio lutador – “Tem de ser marrento.” O elogio de Zé Aldo cala fundo – “Todas as cenas com o meu pai trouxeram uma emoção muito grande, tudo o que fiz, que passei e o que tentei ser na minha vida foi graças a ele. Falar no meu pai, lembrar tudo o que a gente viveu junto e ver isso no cinema foi uma emoção muito grande.” Assim como tem cenas brutais, Mais Forte Que o Mundo tem a da declaração de amor e do pedido de casamento, coreografa­da como uma luta entre Loreto e Cléo Pires. Oresultado é ótimo (e outra prova de que ocinema brasileiro aprendeu a fazer biografias). Exibe a sensibilid­ade à flor da pele de Loreto. Bem-casado (com a deusa Débora Nascimento), ele ama o trabalho, mas não é de ferro. A nova vida do lar, um bom filme, uma boa peça. A vida anda boa para Zé Loreto. Uma recomendaç­ão para seus fãs? “Além do Aldo? Vejam O Bonde Chamado Desejo.” A versão de quem? “A do Du Moscovis. Ainda não vi a com Juliano Cazarré, mas quero muito ver. Deve ser ótima, também.”

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DIVULGAÇÃO Marrento. José Loreto como José Aldo
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SILVANA GARZARO/ESTADÃO José Loreto, Cléo Pires e José Aldo. Lutador elogia filme

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