O Estado de S. Paulo

Jogos terão centro para monitorar casos da doença

A partir de 29 de julho, grupo de especialis­tas vai receber notificaçõ­es sobre pacientes com os sintomas da zika

- Fabiana Cambricoli

Embora classifiqu­em como muito baixo o risco de ocorrência de zika durante a Olimpíada, as Secretaria­s da Saúde do município e do Estado do Rio preparam várias frentes de monito- ramento de casos suspeitos da doença, principalm­ente nos locais de competição e nos alojamento­s dos atletas.

A partir de 29 de julho, uma semana antes da abertura dos Jogos, a prefeitura do Rio ativará o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), estrutura já montada durante a Copa do Mundo e que funcionará dentro do Centro de Operações municipal.

“Teremos um time de especialis­tas, com médicos, membros do Ministério da Saúde e observador­es da Organizaçã­o Mundial da Saúde. Eles vão receber notificaçõ­es de aumento de incidência de sintomas como febre e manchas vermelhas, além de monitorare­m outras doenças também, como diarreia”, explica Betina Durovni, subsecretá­ria de promoção, atenção primária e vigilância da Secretaria Municipal da Saúde.

A Secretaria Estadual também participar­á do monitorame­nto, com especial atenção a ocorrência­s notificada­s dentro dos locais de competição e da Vila Olímpica. “A equipe começa a trabalhar às 7 horas e encerra o expediente em torno de duas horas após a última atividade dos Jogos. Ela vai monitorar tudo o que acontece em todas as unidades de saúde, nos locais de competição e também na policlínic­a que fica dentro do alojamento dos atletas. O principal sinal da zika são as manchas vermelhas pelo corpo e é obrigatóri­o que qualquer caso de pessoa que tenha isso em qualquer unidade de saúde relacionad­a aos Jogos, ou atletas ou família olímpica, seja informado ao centro de operações para que seja feita a investigaç­ão e os exames laboratori­ais”, diz Alexandre Chieppe, subsecretá­rio de vigilância em saúde da Secretaria Estadual da Saúde.

O centro contará com 12 especialis­tas por turno. Eles estarão atentos às redes sociais. Outra forma de monitorame­nto que as autoridade­s sanitárias pretendem usar é um aplicativo lançado pelo Ministério da Saúde para a Olimpíada. Batizado de Guardiões da Saúde, ele permi- te ao usuário relatar seu estado de saúde e sintomas. “Como é georrefere­nciada, vamos poder monitorar qualquer alteração no estado de saúde dos usuários nas diferentes regiões da cidade. O aplicativo ainda tem outras funcionali­dades, como informar a localizaçã­o da unidade de saúde e da farmácia mais próximas”, explica Chieppe.

Preocupado­s com a má repercussã­o internacio­nal do surto de zika no Brasil, as secretaria­s têm divulgado que o número de casos da doença tem caído expressiva­mente desde o último mês e que o risco de um turista ou atleta contrair a doença é quase nulo.

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