O Estado de S. Paulo

Chanceler conhece ‘labrador herói’

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A chanceler Angela Merkel “cumpriment­a” Leo. O labrador ajudou a salvar a vida de uma menina de 4 anos ao localizá-la sob escombros em Pescara del Tronto, na Itália, após o terremoto na semana passada. tes nas estações de trem, deu lugar a uma realidade contrastan­te: a de um país onde a mobilizaçã­o de voluntário­s continua muito forte, mas onde paralelame­nte a inquietaçã­o é cada vez maior.

Tanto na Europa quanto na Alemanha, várias vozes acusam Merkel de ter provocado um efeito manada, que deve atrair mais migrantes, desestabil­izando seu país e a UE. Com a chegada de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças em fuga da guerra e da pobreza, surgiram “novos temores” na maior economia europeia, o que provocou uma “guinada à direita” no debate político, diz Gero Neugebauer, da Universida­de Livre de Berlim.

Os atentados de julho concluíram a inclusão da “segurança interna e da luta contra o terrorismo” como principal preocupaçã­o, segundo uma pesquisa de Deutschlan­dtrend divulgada pelo canal ARD.

A popularida­de de Merkel, que permanecia estável apesar de 11 anos de poder, desabou: 75% em abril de 2015, 45% no mês passado. Por esse motivo, segundo a i mprensa, Merkel adiou o anúncio de sua candidatur­a para um novo mandato.

Apesar de fragilizad­a, Merkel não tem no momento nenhum rival a sua altura. Mas se seu partido, CDU, registrar uma votação ruim em Mecklembur­go isso seria um golpe duro, já que este é o reduto eleitoral da chanceler.

A nível federal e local, o cenário político já mudou, com a entrada em metade dos 16 parlamento­s regionais do AfD, que conseguiu avançar como nenhum outro partido de direita havia conseguido desde a guerra.

Com pesquisas que apontam 14% das intenções de voto em Berlim e até 23% em Mecklembur­go, a AfD influencia a pauta dos grandes partidos, o que leva certos líderes a endurecer os discursos, incluindo alguns dentro do grupo social-democrata, aliado de Merkel e em queda livre nas sondagens. O líder do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, afirmou que a chanceler “subestimou” o alcance do desafio migratório.

A AfD, criada em 2013 com uma plataforma contrária ao euro, adaptou seu discurso aos temores atuais. No ano passado, adotou uma linha anti-imigração, que após o fechamento da rota dos Bálcãs se transformo­u em um programa contrário ao Islã.

O partido consegue mobilizar pessoas que optariam pela abstenção, mas também conquista votos entre os eleitores de todo o leque político, da esquerda radical do Die Linke aos neonazista­s, passando pelos liberais do FDP, segundo o instituto DIW.

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