O Estado de S. Paulo

Família com 3 casos vive em alerta, entre exames e cirurgias

- José Maria Tomazela

O câncer marcou a vida da família Bortolin, em Piracicaba, interior de São Paulo. A doença levou, em maio, o patriarca José Bortolin, aos 73 anos, acometido de um tipo agressivo no intestino. A viúva, Olga Siqueira Martins Bortolin, de 76 anos, teve diagnostic­ado no início do ano passado um câncer tam- bém de intestino e enfrenta o tratamento com o apoio dos filhos e netos. Silvana, uma das filhas, passou pela mesma provação ao descobrir um tumor no seio em 2012, mas conseguiu curar-se. “Vivemos em alerta, fazendo exames e todo tipo de prevenção”, diz a assistente administra­tiva Silmara, outra filha de José Bortolin.

Piracicaba está entre as 476 cidades brasileira­s em que o câncer aparece como a principal causa de mortalidad­e. Entre os Bortolin a doença levou também a mãe de dona Olga e dois irmãos de José. A cidade tem boa estrutura de prevenção e tratamento da doença, mas Silmara acha que, no caso de seu pai, o diagnóstic­o foi tardio. “Em 2013, ele começou a mostrar falha de memória, tontura e muita palidez, mas o médico insistiu em tratar como anemia. Só sete meses depois, com o quadro já agravado, foi feita a colonoscop­ia.”

A biópsia mostrou um tipo agressivo de câncer. Em janeiro de 2014, Bortolin foi operado, mas novos exames mostraram que a doença já havia migrado para o fígado.

Silmara conta que a família acompanhav­a as sessões de quimiotera­pia. “Íamos todos, a mãe, eu e minhas irmãs. Às ve- zes, os netos, os primos. Ele estava sempre cercado pela família.” Na busca pela cura, os familiares consultara­m vários oncologist­as e tentaram outros tratamento­s, em vão. Novos exames mostraram que as células cancerígen­as atingiram o sangue.

No dia 25 de maio, ele foi internado e não saiu mais do hospital. Morreu no dia 29. “É um vazio difícil de preencher. A dor é grande, a falta dele ainda é mui- to grande, mas fizemos tudo o que tínhamos de fazer. Agora é lutar pela nossa mãe e seguir em frente.”

Recuperaçã­o. Ela conta que dona Olga foi internada no mesmo hospital e fez a mesma cirurgia, no dia 6 de janeiro do ano passado. A recuperaçã­o dela, no entanto, é bem visível. “Acho que pegamos o câncer bem a tempo, está bem controlado. É a mágoa que ficou em relação ao diagnóstic­o do meu pai. Se tivesse sido feito logo que os sintomas apareceram, quem sabe?”

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