Droga consegue efeitos contra Alzheimer
Uma pesquisa publicada anteontem na revista científica Nature aponta que uma droga experimental se mostrou capaz de reduzir a formação de placas entre as células do cérebro, processo que está ligado à causa dos sintomas da doença de Alzheimer. O estudo foi feito em pessoas com o estágio leve da doença e usou anticorpos que conseguiram desacelerar a deterioração cognitiva dos pacientes.
Segundo os pesquisadores, a nova terapia atua sobre a proteína beta-amiloide que, quando acumulada, impede a comunicação entre as células cerebrais. Os testes utilizaram um anticorpo desenvolvido por cientistas chamado aducanumab e foram feitos em 165 pacientes que ainda não tinham desenvolvido os sintomas. Eles foram divididos em dois grupos, que receberam placebo e a substância. Após um ano de aplicações mensais de injeções nos pacientes, os estudiosos concluíram que houve redução considerável de betaamiloide nas pessoas que receberam doses altas do anticorpo.
Terapias anteriores que tinham essas proteínas como alvo ainda não haviam apresentado sucesso.
O estudo foi liderado por Alfred Sandrock, da empresa multinacional de biotecnologia Biogen, com sede em Cambridge (EUA). Também participaram da pesquisa cientistas do Hospital Butler, em Providence (EUA), e do Instituto de Medicina Regenerativa de Zurique, na Suíça.
Foram feitos testes pré-clínicos e de fase 1 e, de acordo com os autores do estudo, será possível desenvolver, no futuro, anticorpos que tenham a função de remover as placas formadas entre as células do cérebro. Em camundongos transgênicos, a substância mostrou que pode entrar no cérebro e reduzir as placas solúveis e insolúveis de beta-amiloide. /