O Estado de S. Paulo

Balança comercial até agosto tem o melhor resultado desde 1989

Saldo ficou positivo em US$ 4,1 bilhões em agosto e já chega a US$ 32,4 bilhões no acumulado do ano

- Eduardo Rodrigues /

Mesmo com um ritmo de queda menor nas importaçõe­s em agosto, a balança comercial brasileira registrou o seu melhor superávit para o mês nos últimos dez anos, com saldo positivo de US$ 4,1 bilhões. Nos oito primeiros meses de 2016, o saldo acumulado é de US$ 32,4 bilhões, o melhor desempenho da série iniciada em 1989. Com isso, o governo continua apostando em superávit de até US$ 50 bilhões no fim do ano.

De acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exporta- ções no mês passado somaram US$ 16,9 bilhões, enquanto as importaçõe­s ficaram em US$ 12,8 bilhões. Consideran­do a média diária de negociaçõe­s, as vendas aumentaram 0,2% em relação a agosto de 2015, enquanto as compras recuaram 8,3%.

Embora a queda nas importaçõe­s tenha continuado em agosto, o diretor do departamen­to de estatístic­a e apoio à exportação do MDIC, Herlon Brandão, destacou que o ritmo de retração diminuiu, o que pode indicar uma melhora da atividade econômica. Principalm­ente porque a queda nas compras de bens intermediá­rios – usados como insumos para fábricas – foi de apenas 0,5% no mês.

“A queda nas importaçõe­s nos últimos três meses foi inferior à média do começo do ano. A redução de 8,3% nas importaçõe­s em agosto foi a menor queda mensal desde novembro de 2014, quando a retração ante o mesmo mês do ano anterior foi de 5,5%”, afirmou.

As compras de petróleo e derivados subiram no mês, ao contrário do que vinha ocorrendo desde janeiro. “Ainda assim, continuamo­s com queda no déficit na balança de petróleo e derivados em 2016.” Entre janeiro e agosto, o saldo negativo nessa conta é de US$ 786 milhões.

Já pelo lado das exportaçõe­s, Brandão apontou que o cresci- mento das vendas por quantidade foi menor em agosto, em parte porque os embarques da safra de soja já ocorreram nos meses anteriores. Por outro lado, ele destacou que o preço do açúcar tem subido no mercado internacio­nal, portanto, é esperado que o produto tenha destaque nas vendas ao exterior até o fim do ano. Dentro dos bens manufatura­dos, acrescento­u o diretor, a balança de agosto teve incre- mento nas vendas de automóveis para EUA e América do Sul.

Entre janeiro e agosto, as exportaçõe­s somaram US$ 123,5 bilhões, enquanto as importaçõe­s não passaram de US$ 91,2 bilhões. Pela média diária de negociaçõe­s, as vendas ao exterior recuaram 4,9%, enquanto as compras de produtos estrangeir­os caíram 25,5%. Com isso, o saldo comercial de 2016 já está positivo em US$ 32,370 bilhões.

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