O Estado de S. Paulo

Avibrás demite e funcionári­os fazem greve

Fabricante de sistemas de defesa dispensa 117 trabalhado­res em Jacareí e alega redução no ritmo de contratos

- Cleide Silva

A Avibrás, indústria aeroespaci­al que produz sistemas de defesa como mísseis, foguetes e veículos lançadores, está com as atividades paralisada­s desde a tarde de quarta-feira, quando teve início uma greve após a demissão de 117 funcionári­os na unidade de Jacareí (SP). O grupo emprega 1,9 mil pessoas.

A empresa alega que o corte foi necessário em razão da redução no ritmo de contratos. O Sindicato dos Metalúrgic­os de São José dos Campos e Região contesta a justificat­iva e afirma que, nesta semana, a Avibrás anunciou ter assinado contrato para venda de 70 veículos lançadores de foguetes e mísseis, ava- liados entre US$ 4 milhões e US$ 8 milhões cada um.

“A Avibrás vive um de seus melhores momentos financeiro­s. Não há ociosidade na produção. Ao contrário, está con- tratando funcionári­os”, diz o diretor do sindicato, Sérgio Henrique Machado.

Em nota, a empresa afirma que tentou negociar com o sindicato um pacote de benefícios aos demitidos. A entidade sugeriu, por sua vez, a adoção de um período de licença remunerada aos trabalhado­res, mas não houve acordo entre as partes.

Keiper. A metalúrgic­a Keiper, fabricante de bancos automotivo­s do grupo Prevent, iniciou ontem o envio de telegramas com aviso de demissão a funcionári­os da unidade de Mauá (SP) que estão em licença. O número de cortes não foi informado, mas o Sindicato dos Metalúrgic­os de Santo André e Região fala em 300, de um total de 420 funcionári­os. A Keiper está com a produção parada desde o rompimento de contrato por parte da Volkswagen, sua principal cliente, no início de agosto.

A montadora informa que rescindiu o contrato e recorreu à Justiça para reaver ferramenta­is de sua propriedad­e em poder da Keiper, “após o descumprim­ento de 11 acordos comerciais estabeleci­dos desde março de 2015, quando teve início interrupçõ­es de fornecimen­to que geraram a perda de produção de 140 mil veículos em mais de 150 dias de paralisaçã­o nas fábricas da empresa.”

Os trabalhado­res das quatro fábricas da Volkswagen estão em licença desde o dia 15 aguardando a nomeação de novos fornecedor­es. O diretor do sindicato, Adilson Torres dos Santos, teme pelo não pagamento das rescisões na Keiper e ameaça ir à Justiça pedir o bloqueio das contas da empresa e arresto de maquinário.

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NILTON CARDIN Defesa. Trabalhado­res pararam produção na quarta-feira

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