Zagueiros garantem vitória do Palmeiras
Líder bate São Paulo e mantém distância para Flamengo e Atlético-MG, que também venceram seus jogos ontem
O time dono do melhor ataque do Campeonato Brasileiro ironicamente chegou a mais uma vitória graças aos defensores. Os zagueiros Mina e Vitor Hugo garantiram a virada do Palmeiras sobre o São Paulo, ontem, por 2 a 1, no Allianz Parque, com dois gols de cabeça e levaram a equipe a manter os três pontos de vantagem para o Flamengo na liderança. O time carioca bateu Ponte Preta por 2 a 1.
Outro time que mantém a perseguição ao líder é o Atlético- MG, que repetiu o placar dos adversários pela ponta e fez 2 a 1 no Vitória.
Os dois grandalhões podem não ser os mais badalados pela torcida em uma possível fila de autógrafos, mas viraram um jogo que se encaminhava para ser dramático. Pouco foi necessário o habitual talento de Gabriel Jesus ou a velocidade de Dudu para resolver o equilibrado duelo. Ontem, o Palmeiras mostrou a variedade de armas que tem para buscar um título que persegue há 22 anos – o último Campeonato Brasileiro conquistado pelo clube foi em 1994.
Antes do heroísmo dos zagueiros salvar o time no jogo de ontem, o São Paulo saiu na frente com Chávez, já no segundo tempo. O temor chegou a pairar no estádio por alguns breves minutos, mas o Palmeiras achou o atalho aéreo para virar o placar. Primeiro com o colombiano Mina, que estava em posição irregular após cobrança de falta, mas a arbitragem não marcou impedimento. Depois, veio o gol de Vitor Hugo após cobrança de escanteio.
O resultado valeu a consolidação da liderança do Palmeiras e aumento do sufoco para o São Paulo. O time do Morumbi vê o risco de rebaixamento aumentar. Agora só são dois pontos a mais do que o Vitória, que abre a zona de descenso para a Série B do Nacional.
Foi um jogo duro e tenso. O clássico valia tanto para os dois times que os técnicos arriscaram contar com jogadores que na noite anterior tinham participado da rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo como titulares. O chileno Mena teve de socorrer a lateral do São Paulo ainda no primeiro tempo por causa da lesão de Carlinhos. Já o Palmeiras acionou Gabriel Je- sus só no segundo tempo, quando estava em desvantagem, até para fazer valer o esforço pessoal do presidente Paulo Nobre em trazer em seu jatinho parti- cular o atacante de Manaus.
A presença dos dois jogadores em campo coincidiu com um segundo tempo eletrizante. Foi o suficiente para compen- sar a modorrenta etapa inicial. Os quase 40 mil presentes deixaram de ver um jogo apenas de vigor físico para acompanhar também um bom futebol.
As situações distintas dos rivais na tabela de classificação nortearam as posturas em campo. O Palmeiras manteve o estilo de pressionar o adversário na saída de bola nos primeiros minutos. Porém, enfrentou dificuldade com a retranca no 4-5-1 armada por Ricardo Gomes. A defesa são-paulina “enroscou” o jogo seja na marcação ou no esforço em ganhar tempo a cada interrupção. O prêmio foi conseguir pela primeira vez passar um tempo inteiro sem levar gol no estádio rival, apesar de sustos e boas defesas de Denis.
A etapa final manteve o roteiro de pressão palmeirense e resistência são-paulina. Kelvin e Chávez assustavam a defesa alviverde, porém o time da casa mostrou precisão nas jogadas pelo alto e manteve a “freguesia” do São Paulo no Allianz.