Pastor Malafaia é alvo de operação da PF
Investigação apura desvios de recursos dos royalties da produção mineral; religioso é suspeito de apoiar a ‘lavagem de dinheiro’ do esquema
A Polícia Federal deflagrou ontem uma operação contra suposto esquema de corrupção e desvio de recursos relativos aos royalties da mineração, pagos a parte dos municípios brasileiros. Dezesseis pessoas, entre advogados e agentes públicos, foram alvos de mandados de prisão temporária ou preventiva, entre elas o diretor de Procedimentos Arrecadatórios do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Marco Antônio Valadares Moreira, suspeito de enriquecimento ilícito e de receber propinas.
O pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, ligada à Assembleia de Deus, foi alvo de mandado de condução coercitiva (quando é levado a depor e, em seguida, liberado). Ele é investigado por, supostamente, “apoiar” a lavagem de dinheiro obtido de forma criminosa. A PF esteve no endereço de Malafaia, no Rio de Janeiro, mas não o encontrou, porque ele estava em São Paulo.
Nas redes sociais, o pastor protestou contra a medida judicial. “Recebi um cheque de uma pessoa e isso me torna participante de um crime? Estou indignado”, escreveu em sua conta no Twitter. Ele se apresentou posteriormente para prestar depoimento.
Malafaia recebeu R$ 100 mil de um advogado ligado à Igreja Embaixada do Reino de Deus, em Balneário Camboriú (SC), que é apontado como um dos principais envolvidos no esquema. O dinheiro foi depositado na conta pessoal do pastor. A Justiça Federal em Brasília autorizou a condução coercitiva para que a PF esclareça se ele emprestou contas correntes com a intenção de “ocultar a origem ilícita dos valores”.
‘Tentação’. A operação foi batizada de Timóteo, com inspiração em passagem do livro homônimo da Bíblia: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.
Conforme a investigação, o diretor do DNPM, detentor de informações privilegiadas so-