Diretor do DNPM comprou imóvel de R$ 2,7 milhões
Com remuneração líquida de R$ 11 mil no serviço público, o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) Marco Antônio Valadares Moreira, preso na Operação Timóteo, comprou um apartamento de R$ 2,7 milhões num dos bairros mais nobres de Brasília.
A aquisição do imóvel, supostamente em valor incompatível com a renda do servidor, está sendo investigada pela Corregedoria-Geral da União, órgão vinculado ao Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).
bre as dívidas dos royalties, oferecia serviços de escritórios de advocacia e de consultoria a municípios com créditos a receber de mineradoras, referentes à Compensação Financeira pela
Conforme a escritura do negócio, registrada em novembro do ano passado, o apartamento, no Setor Noroeste, foi adquirido pelo diretor juntamente com a mulher, Lilian Amâncio Valadares Moreira. A pedido dos investigadores, a Justiça Federal em Brasília determinou o sequestro de bens do casal.
Procurado pelo antes de ser preso, Moreira disse que o imóvel foi adquirido há três anos, de forma parcelada. "Tenho uma herança que me foi disponibilizada pela família. Usei a minha herança e a senhora Lilian usou recursos dela", justificou.
O diretor disse que deu todas as explicações solicitadas pela CGU. Ele explicou que a empresa de Lilian não opera mais.
Exploração de Recursos Minerais (CFEM). A diretoria comandada por Moreira é justamente a responsável por gerenciar a arrecadação e a distribuição dos royalties às prefeituras. Este ano, a receita já alcança R$ 1,6 bilhão.
A PF apurou que os escritórios dividiam com o diretor e autoridades públicas dos municípios a “taxa de sucesso” recebida quando as dívidas eram pagas. Os investigadores sustentam que os integrantes do esquema ficavam com 20% do valor dos royalties que conseguiam liberar. Há suspeitas de que Moreira apertava a fiscalização sobre algumas mineradoras, de forma a obrigá-las a pagar mais a prefeituras que eram clientes da organização.
Uma das empresas envolvidas no esquema, a LCM Consultoria Financeira Especializada em Municípios, está em nome da mulher do diretor, Lilian Amâncio Valadares Moreira, também presa ontem.
Jatene. O advogado Alberto Lima da Silva Jatene, filho do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), foi alvo de mandado de prisão temporária por suposto envolvimento no esquema de uma prefeitura em seu Estado. Ele não foi encontrado em casa, mas, segundo sua defesa, se entregaria ainda ontem.
Núcleos. A PF dividiu a organização investigada em quatro núcleos. Um deles, supostamente formado pelo diretor do DNPM e sua mulher, captava prefeitos interessados em ingressar no esquema. Outro grupo, que seria formado por integrantes de escritórios de advocacia e da empresa de consultoria de Lilian, é suspeito de repassar valores i ndevidos a agentes públicos. O “núcleo político” seria integrado por prefeitos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios”. A quarta ramificação do esquema, na qual se incluiria Malafaia, teria atuado na ocultação e dissimulação do dinheiro.