O Estado de S. Paulo

Mais um nome controvert­ido

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As visões de extrema direita de David Friedman, advogado que o presidente eleito Donald Trump escolheu para ser o futuro embaixador americano em Israel, têm despertado preocupaçõ­es.

Friedman, que represento­u Trump em questões envolvendo os cassinos em Atlantic City, não tem experiênci­a diplomátic­a. Ele não crê na solução de dois Estados, apoia os assentamen­tos em território­s palestinos, tem acusado o governo Obama de antissemit­ismo e já relacionou os judeus de esquerda aos colaborado­res do nazismo. Em artigo no ano passado, chamou os apoiadores da J. Street – organizaçã­o judaica nos EUA que apoia a solução de dois Estados – de “muito piores que os kapos” (judeus que se voltaram contra companheir­os nos campos de extermínio nazistas). Ele escreveu: “Os kapos enfrentara­m extraordin­ária crueldade e quem sabe o que podemos fazer em tais circunstân­cias para salvar um ente querido? Mas J. Street? São arrogantes defensores da destruição de Israel que falam do conforto de seus sofás nos EUA – é difícil imaginar alguém pior.”

Em editorial, o jornal israelense Haaretz chamou Friedman de “extrema direita”. “Ele faz Netanyahu parecer um derrotista de esquerda.” O clérigo palestino xeque Ikrama Sabri advertiu contra mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém. “Se isso acontecer, os EUA terão declarado uma nova guerra contra os palestinos e o mundo árabe.”

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