O Estado de S. Paulo

China toma drone dos EUA no Mar do Sul

Pentágono exige que equipament­o submarino seja devolvido; líder filipino ameaça expulsar tropas americanas

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A tensão entre EUA e China aumentou ontem com a captura de um veículo submarino não tripulado da Marinha americana por militares chineses. O Pentágono confirmou que o drone subaquátic­o foi intercepta­do e recolhido em águas internacio­nais, no Mar do Sul da China, e afirmou ter enviado um pedido formal de devolução, sem ter recebido resposta.

Fontes militares americanas afirmaram que o veículo havia sido lançado pelo navio de prospecção USS Bowditch. A tripulação tentou conduzir o drone de volta à embarcação, mas ele não apareceu.

O episódio ocorreu, ainda segundo o Pentágono, em águas que ficam a cerca de 35 quilômetro­s de Subic Bay, nas Filipinas. A região abriga uma base naval utilizada pelos EUA. A estrutura foi reocupada pelos militares americanos após um acordo com o governo de Manila, no ano passado.

O porta-voz do comando militar dos EUA, capitão Jeff Davis, criticou a atitude da China. “Não é o tipo de conduta que esperamos de Marinhas profission­ais”, afirmou. O governo de Washington tenta agora descobrir se a ação foi um episódio isolado preventivo de patrulhas navais de Pequim ou houve alguma ordem superior para buscar equipament­os dos EUA na região. Há meses o Mar do Sul da China é foco de tensão. O governo chinês iniciou a construção de ilhas artificiai­s e bases navais secretas na região, ação vista como provocação pelos adversário­s de Pequim no Sudeste Asiático.

A China também tentou ampliar o controle sobre o tráfego aéreo na área, estabelece­ndo uma “zona de segurança” e exi- gindo que qualquer aeronave que atravessas­se seus limites fornecesse ao controle militar chinês seus planos. Os EUA ignoraram a ordem e continuara­m sobrevoand­o parte da região sem reportar suas missões a Pequim.

A situação ficou mais tensa ontem com um “alerta” feito pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. O líder afirmou que os americanos precisam se preparar para abandonar suas bases no país asiático. “Não precisamos do dinheiro. A China já prometeu fornecer muito mais.” A ocupação permanente dos EUA de bases nas Filipinas voltou a ser permitida no ano passado.

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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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