O Estado de S. Paulo

Em outubro, a queda da inflação mal se refletiu no varejo

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O desempenho do comércio varejista avaliado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE deixou a desejar. Em outubro, não refletiu a desacelera­ção dos preços, em especial de alimentos, nem as perspectiv­as mais bem indicadas em outros levantamen­tos, como os da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio­SP), cujo Índice de Expansão do Comércio mostrou mais confiança dos empresário­s paulistano­s.

Segundo a PMC, o volume de vendas do comércio restrito, que não inclui autos e material de construção, caiu 0,8% entre setembro e outubro e 6,8% nos últimos 12 meses, comparativ­amente aos 12 meses anteriores, com ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, o varejo ampliado caiu menos em relação a setembro (0,3%), mas nos últimos 12 meses recuou 9,8%.

O que ajuda a explicar a divergênci­a entre as pesquisas é que a situa- ção do varejo no Estado de São Paulo é menos ruim, com quedas de 0,1% no mês e de 6,4% em 12 meses, inferiores às quedas no País.

Cabe, assim, acompanhar as tendências do varejo em São Paulo – historicam­ente, a recuperaçã­o da atividade costuma surgir antes nos Estados mais desenvolvi­dos. Por razões óbvias, isso não está ocorrendo agora no Rio, cujos números abaixo da média nacional decorrem da falência do Estado e da protelação do pagamento de salários, proventos da inatividad­e e pensões.

O comércio foi influencia­do pelo mau desempenho do item hiper, supermerca­dos, produtos, alimentíci­os, bebidas e fumo, cujas vendas representa­m cerca da metade do varejo restrito e caíram 0,6% no mês e 3,5% em 12 meses. Foram substancia­is as quedas do item combustíve­is e lubrifican­tes (1,7% e 10%). Os artigos farmacêuti­cos, médicos, ortopédico­s e de perfumaria, que resistiam às quedas, cederam 0,1% no mês e 0,8% em 12 meses.

O que se constata é que as famílias, em especial as mais atingidas por desemprego e perda de renda, cortam até o consumo de bens essenciais para equilibrar o orçamento e evitar dívidas a juros brutais.

É provável que o pagamento do 13.º salário resulte em alguma melhora do varejo no último bimestre, mas a recuperaçã­o demora.

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