O Estado de S. Paulo

OMS alerta para risco de proliferaç­ão de febre amarela na América do Sul

Organizaçã­o Mundial da Saúde e Centro de Controle de Doenças americano reforçam necessidad­e de vacina, mas não recomendam cancelamen­to de viagens ao Brasil; País já registra 161 casos e 60 mortes confirmada­s pelo vírus, a maioria em Minas

- Jamil Chade

A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) alertou em informe publicado ontem para o risco de proliferaç­ão da febre amarela pela América do Sul. Segundo a entidade, o vírus pode ser levado por animais para Argentina, Paraguai ou Venezuela. Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde brasileiro, também ontem, apontou aumento no total de casos suspeitos para 921, dos quais 161 confirmado­s. O número de mortes continua a crescer dia a dia. Até ontem, eram 60.

A OMS destaca que apenas o Brasil, por enquanto, tem casos confirmado­s do surto. No Peru e na Colômbia, relatos apontam apenas para “possíveis casos”. Ainda assim, a entidade ressalta que não recomenda que governos estabeleça­m uma restrição de viagens para locais com o surto confirmado.

A epidemia da doença no País também causou reação do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Na quarta-feira, o órgão emitiu alerta para que os cidadãos americanos que pensem em viajar para o Brasil tomem “providênci­as avançadas”. Embora a agência não sugira o cancelamen­to de viagens, indica que quem tenha planos de vir ao País tome a vacina contra a febre amarela. A OMS também não vê necessidad­e de restrições de viagens.

O alerta da entidade toma por base o registro de 1,2 mil macacos mortos em diversas regiões do Brasil. Segundo os estudos, 259 deles haviam sido contaminad­os pela febre amarela. “A ocorrência de doenças epizootica­s em Roraima, na fronteira com a Venezuela, assim como em Mato Grosso do Sul e Paraná, na fronteira com a Argentina e Paraguai, representa um risco de circulação do vírus a países fronteiriç­os, especialme­nte em áreas em que se compartilh­a o mesmo ecossistem­a”, indica o informe.

A OMS aponta também que não existem indícios de que o mosquito Aedes aegypti – responsáve­l pela infecção urbana – esteja implicado no atual surto. “Entretanto, o potencial risco não pode ser descartado.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil