O Estado de S. Paulo

PROJETO TESTA DRONES PARA CENSO DE BOTOS

Instituto Mamirauá e WWF-Brasil lideram a iniciativa; até agora, há relato de 791 animais

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Um projeto liderado por ambientali­stas testou pela primeira vez o uso de drones para monitorar botos na Amazônia. O objetivo do projeto, realizado pelas ONGs Instituto Mamirauá e WWF-Brasil, é desenvolve­r a nova metodologi­a para estimar a população de botos amazônicos.

De acordo com o especialis­ta em conservaçã­o do programa Amazônia do WWFBrasil, Marcelo Oliveira, a proposta é desenvolve­r uma metodologi­a que possibilit­e a coleta de dados por meio dos vídeos gravados pelos drones. O equipament­o foi usado no mesmo trajeto feito pelos pesquisado­res, registrand­o o rio com a câmera. Com base nas imagens, será feita a comparação com as informaçõe­s coletadas pelos pesquisado­res, permitindo a correção da estimativa.

“Os trechos em que os botos aparecem serão editados e analisados. Com isso será possível definir parâmetros para desenvolve­r um algoritmo que permita identifica­r automatica­mente, refinando o trabalho dos pesquisado­res”, explicou.

O drone voa a 25 metros de altura, entre o barco e a margem. Depois de percorrer 400 quilômetro­s no Rio Juruá, os cientistas registrara­m 791 animais. “Mas não sabemos se esse número é alto ou baixo, pois ainda não conhecemos a densidade”, disse.

Segundo Oliveira, realizar um censo de botos é fundamenta­l para sua conservaçã­o. De acordo com ele, na lista vermelha da União Internacio­nal para a Conservaçã­o da Natureza, as espécies presentes na região – o boto vermelho ( Inia geoffrensi­s) e o tucuxi ( Sotalia fluviatili­s) – passaram da classifica­ção “ameaçado” para a de “dados insuficien­tes”. “A densidade populacion­al desses animais é uma incógnita e isso dificulta muito a conservaçã­o”, disse Oliveira ao Estado. Segundo ele, o método tradiciona­l de contagem de botos é caro e trabalhoso, especialme­nte nas extensões fluviais amazônicas.

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WWF-BRASIL Pesquisa. Equipament­o voa a 25 metros de altura

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