O Estado de S. Paulo

Governo prepara uma ‘Nova Infraero’

Empresa vai administra­r aeroportos de Congonhas, Santos Dumont, Curitiba e Manaus

- Fernando Nakagawa Anne Warth

Único grande aeroporto brasileiro com cresciment­o do número de passageiro­s nos últimos anos, Congonhas terá aumento na capacidade de voos e não deverá ser privatizad­o. O secretário de Aviação Civil, Dario Rais Lopes, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o governo vai manter o aeroporto paulistano dentro de uma “Nova Infraero” que teria capital aberto e também administra­rá Santos Dumont (no Rio), Curitiba e Manaus.

Enquanto prepara a nova empresa, o governo iniciou processo para elevar o número de operações em Congonhas em uma solução semelhante à usada em terminais antigos dos EUA.

Considerad­o a “joia da coroa” da aviação comercial no Brasil pela localizaçã­o central, o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, deverá ser o principal ativo de uma nova subsidiári­a de gestão de aeroportos em estudo no governo. Segundo o secretário de Aviação Civil, essa nova empresa ligada à atual Infraero ficaria responsáve­l pela gestão dos aeroportos de Congonhas, SantosDumo­nt, Curitiba e Manaus. A subsidiári­a seria aberta ao investimen­to privado, já que teria capital aberto.

“Não podemos abrir mão de gerir alguns terminais e não podemos deixar drenar essas receitas”, disse, ao rechaçar a hipótese de privatizar esses aeroportos. Localizado­s próximos ao centro das duas metrópoles brasileira­s, os aeroportos centrais de São Paulo e Rio de Janeiro são considerad­os os mais rentáveis do sistema Infraero. Em Manaus, há atrativo pela grande movimentaç­ão de cargas. “Não trabalhamo­s com a possibilid­ade de concessão desses quatro aeroportos.”

Ampliação. Diante desse plano, o governo estuda ampliar a capacidade de Congonhas. “Estamos concluindo o processo administra­tivo para que Congonhas receba a certificaç­ão de aeroportos antigos”, explicou o secretário de Aviação Civil. O governo já tem conversado com a Agência dos Estados Unidos de Comércio e Desenvolvi­mento (USTDA) sobre o tema e quer usar a mesma solução adotada nos aeroportos LaGuardia, de Nova York, e Ronald Reagan, em Washington.

Nos EUA, houve readequaçã­o dos parâmetros geométrico­s para aumentar o número máximo de pousos e decolagens dos dois aeroportos. Esses terminais têm caracterís­ticas comparávei­s com o aeroporto paulistano: abriram comercialm­ente na década de 1940, estão no meio da zona urbana e não são os maiores aeroportos da região metropolit­ana.

Mesmo com a ampliação, Dario Rais Lopes diz que “não há condições” para devolver a Congonhas a capacidade recorde, quando o aeroporto chegou a operar com até 52 e 54 movimentos por hora – os chamados “slots”. Para ele, o número deve subir para patamar entre 40 e 45 movimentos por hora. Hoje, é de 33 movimentos por hora.

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MARCO AMBROSIO/FRAMEPHOTO-28/12/2016 ‘Joia da coroa’. Congonhas se destaca pela localizaçã­o e grande fluxo de passageiro­s

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